A forma como o Barreirense bateu (99-82) o Benfica no último domingo surpreendeu muita gente. A jovem equipa do Barreiro demonstrou uma maturidade e controlo emocional raramente vistas em jogos anteriores e o internacional português Luís Machado acabou por ser de uma utilidade extrema face à sua grande experiência na Liga.
"O nosso conjunto é bastante jovem e tem pago um pouco a factura da falta de experiência, um aspecto que se revela mais nos momentos decisivos. Mas a equipa está a crescer e tem muito potencial", frisa o extremo do Barreirense, o qual, aos 31 anos, é um dos basquetebolistas com maior experiência na Liga. Formado nas escolas do Queluz, Machado já representou os emblemas das extintas formações do Estrelas da Avenida e P. Telecom, evoluiu no Aveiro Basket, Santarém Basket, na turma espanhola do Ourense e agora no Barreirense. Isto entre vários regressos à casa-mãe do Queluz.
"O nosso objectivo é ir ao playoff'. Depois, logo se vê", diz Machado, com prudência, numa altura em que a turma do Barreiro ocupa a 10.ª posição com a mesma percentagem de triunfos (40%) que o Lusitânia e o Ginásio. Luís Machado encontrou no Barreirense espaço para impor a sua qualidade e protagonismo, ostentando as médias de 30 minutos; 6,6 pontos; 3,7 ressaltos e 2,8 assistências.
Céptico
Luís Machado ainda não projectou o final de carreira, mas mostra-se algo desiludido com o rumo que a Liga tem levado nos últimos anos. O jogador critica o actual modelo dos cinco estrangeiros (sem limite de nacionalidade) por equipa e considera que a Liga está a perder qualidade e interesse mediático. "Quando eu era miúdo via-se muito mais gente nos pavilhões. A Liga e o profissionalismo têm de ser repensados. O desporto atravessa uma grande crise e a carreira de desportista profissional não é nada aliciante nos tempos que correm. Eu, como pai, não aconselharia a um filho meu a carreira de basquetebolista", opina Machado, que sabe do que fala pois pratica modalidade da bola ao cesto desde a tenra
In "Record Online"