História do Futebol Clube Barreirense



Nasceu uma grande colectividade

Foi em 1888 que o futebol apareceu pela primeira vez em Portugal, em exibições públicas, embora com a participação única de jogadores estrangeiros. Somente em 1896, com a criação do CIF, se passou a assistir a jogos de futebol com atletas portugueses.

A difusão daquela novidade desportiva, que cedo conquistou os jovens, levou, nos primeiros anos do Século XX, ao aparecimento de vários clubes votados especialmente ao futebol o qual, ao que parece, era disputado com maior profusão, na parte ocidental de Lisboa o que, como não podia deixar de ser, contagiou os rapazes da "Casa Pia" instalada nas proximidades do local onde se realizaram as primeiras partidas de Futebol.

Apesar da oposição que este desporto encontrou, entre grande parte daqueles que caminhavam já na curva descendente da sua existência, que o classificavam de violento e bárbaro, nada foi suficiente para desassociar a juventude da época da nova modalidade desportiva que cedo se tornou num espectáculo domingueiro quase imprescindível e que viria a apaixonar multidões que hoje se comprimem, sob todas as intempéries, para assistir aos jogos onde participam as equipas da sua simpatia.

Assim não foi de estranhar que o futebol atravessasse imediatamente o estuário do Tejo e se enraizasse no Barreiro, pois nos primeiros anos do séc. XX já aqui existiam o Sport Club Barreirense, O Sport Luso Barreirense e ainda outros mais de menor projecção.

Teria sido António Maria de Oliveira, que fora aluno da Casa Pia de Lisboa, o introdutor do Futebol no Barreiro em 1901 pois foi ele que, com a colaboração de Joaquim Rosário Costa e José de Araújo, fundou o Sport Clube Barreirense, que teve a sua sede num primeiro andar da Praça Velha e umas vida efémera.

Poucos anos depois, um grupo de aprendizes das oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste fundaram uma agremiação a que deram o nome de Sport Recreativo Operário Barreirense.

Faziam parte desse grupo Artur Pereira, um jovem barreirense ex-casapiano, José Duarte Silveira, João Rodrigues Lindim e Manuel DelíciasCorreia. Depois, como é natural, foram aderindo à notável colectividade muitos outros entre os quais se contavam Alexandre Lopes Quintino, Francisco Nunes de Vasconcelos, António Maria da Costa, Albino José de Macedo, José Fernandes Júnior, António Alves, Emídio José Ferro dos santos, Francisco Nunes Júnior, José Joaquim Lopes, José Vieira, Adão Ferreira, Carlos José, Tiago de Oliveira Rodrigues, António Lopes Quintino e outros.

 

Uma das primeiras equipas,
com o velho equipamento vermelho e baranco

 

Pouco a pouco o Sport Recreativo Operário Barreirense foi ganhando foros de existência e, beneficiando da extinção de outras colectividades congéneres, ia sempre aumentando o número de associados. No entanto dificuldades de vária espécie e sobretudo de ordem financeira levaram o Sport Barreirense, certa ocasião, a proceder a uma profunda reorganização interna e então, em Assembleia Geral realizada em 11 de Abril de 1911 decidiu que do moribundo Sport Recreativo Operário Barreirense nascesse o Foot-Ball Club Barreirense cuja primeira direcção ficou assim constituída:

Presidente: Francisco Augusto Nunes Vasconcelos
1º Secretário: José Joaquim Lopes
Secretário: José Fernandes Júnior
Tesoureiro: António de Oliveira
Vogais: António Lopes Quintino e José Duarte Silveira.

O Sport Recreativo Operário Barreirense cedia o seu lugar à nova colectividade que lhe herdara todo o Património e o apelido e não só seguia na sua esteira como também na de muitas outras associações, tentativas goradas que tinham ficado pelo caminho por elas arroteado e de quem se poderia considerar também herdeira espiritual, uma continuadora a quem tinham insuflado uma seiva nova, uma colectividade promissora que cedo se viria a afirmar como um Hino ao Desporto Nacional, alfobre de jogadores que muito o enriqueceriam e a quem estava reservada uma carreira ousada, que se dilatou para além das ambições dos seus modestos pioneiros e a quem os mais optimistas jamais augurariam uma tão longa existência e tão recheada de feitos que muito a enobreceriam e à terra que lhe foi berço!

 

O Campo do Rossio

 

Uma colectividade que foi também, para quantos a dirigiram, uma epopeia de duros sacrifícios, de anseios, de sonhos e de inquietações mas que, graças a uma dominadora persistência, soube vencer as mais tenebrosas procelas, enfrentar injustiças e vilipêndios para que mesmo as mais modestas aspirações daqueles que lhe tinham dado a vida, não se ficassem por um feixe de ideacções ficcionistas. Aliás, souberam transvertê-las numa espantosa realidade.

Tinha nascido o Futebol Clube Barreirense.


Retirado do Livro "70 Anos de vida do Futebol Clube Barreirense", de José Rosa Figueiredo.

 

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