Acreditámos até à última gota de suor
Oito anos e quatro dias depois, o Barreirense voltava a encontrar o Operário, dos Açores, como oponente na 1ª Eliminatória da Taça de Portugal, só que desta vez o desfecho foi outro já que a equipa barreirense venceu por 2:1 e, na altura, em Agosto de 2008, havíamos sido derrotados por 1:3.
Partida dificultada pela temperatura que se fez sentir com um calor impróprio para a prática desportiva. Por esse fato, a 1ª parte do desafio foi bastante tática com ambos os conjuntos a arriscarem pouco nas ações ofensivas. Basta dizer que só aos 21 minutos surgiu a primeira bola na área de finalização de uma das equipas, mas o cruzamento de Bruno Severino não levou a direção certa para o desvio de Diogo Caramelo que não chegou a tempo de finalizar.
Só há meia-hora de jogo, os açorianos chegaram com algum perigo à baliza barreirense com o jovem Patrício a conseguir ultrapassar Janita e a rematar para a defesa com os pés, de Kaká.
Já dentro dos últimos 5 minutos da 1ª etapa, o jogo trouxe algo de novo e esse momento foi o momento do ponta-de-lança do Operário, Fábio Gomes, que aproveitou a sua altura para fazer "mossa", primeiro num escandaloso falhanço de cabeça, à boca da baliza (40´) e depois com o golo que marcou aos 43 minutos, após desvio a um cruzamento vindo da esquerda do ataque e que acabou na cabeça do número 19, que de costas para a baliza foi feliz e fez a bola entrar no baliza de Kaká, com esta ainda a bater no poste primeiro.
A perder ao intervalo, o técnico barreirense, Pedro Duarte, coloca mais um avançado, Martin, e passa para um 4x4x2, ao invés, o Operário coloca Zé Domingos no lugar de Marlon numa substituição que deixou tudo na mesma. O certo é que logo aos 10 segundos, Zé Domingos desmarcou Fábio Gomes que em boa posição falhou o remate. Foi sol de pouca dura já que o Barreirense veio para cima e por mais de uma vez esteve à beira do empate. 51 minutos, Zé Maria, Martin e Severino combinaram e não fosse o corte para canto e o lance acabaria num momento muito perigoso para Rodrigão. Dois minutos depois foi Martin a aproveitar uma falha de João Jesus, a isolar-se, mas a "picadinha" saiu imperfeita e Rodrigão defendeu.
O momento era dos continentais que procuravam o empate a todo o custo. David Pinto rematou por alto, estávamos no minuto 63, mas uma nova falha de um dos centrais açorianos permitiu mais uma nova oportunidade para os da casa, desta vez com Diogo Caramelo já muito desgastado, na cara do Guarda-redes a não ter a pontaria certa para empatar o jogo. A bola saiu ao lado (80´). Nesta altura, o Operário jogava com menos uma unidade por expulsão de Zé Domingos (72´) num vermelho direto por agressão ao guarda-redes barreirense.
Era o momento do tudo ou nada e aos 85 minutos, Diogo Caramelo consegue "pentear" a bola, esta vai ter com o jovem Fred que de forma incrível não consegue acertar com a baliza.
O desespero instalava-se na Verderena até que um momento de magia de Bruno Severino restabeleceu a igualdade quando dentro da área e rodeado de adversários teve a serenidade suficiente para procurar o espaço e rematar para o golo num momento muito celebrado pelo jogador e todos os presentes. Estávamos no minuto 86 e a caminho de um prolongamento que já se justificava. No entanto, o sangue na guelra do Bruno ferveu demasiado e dois minutos depois via o vermelho direto por palavras ao árbitro. O prolongamento vinha aí com 10 para 10.
Diga-se que os 30 minutos extra foram muito penosos para os jogadores que se arrastavam em campo. No entanto, verdade seja dita, foram os açorianos a disporem das melhores oportunidades no tempo extra, que o diga o jovem Patrício que por 4 vezes teve o golo nos pés (93´, 102´, 103´ e 110´) mas foi o Barreirense que chegou à vitória, aos 118 minutos, num lance em que Fred teve a serenidade para cruzar ao 2º poste, onde Lucas aparece a cabecear para Martin, que finalizou à ponta-de-lança para o golo da vitória num momento de grande felicidade para todos os presentes.
Estava ultrapassada a 1ª Eliminatória e ganho uns euritos que tanta falta nos faz.
Ficha do jogo:
Campo: Verderena
Piso: Relvado Sintético
Árbitro: Eugénio Arez (Algarve)
Árbitros Auxiliares: Nuno Cordas e Ricardo Glória
Tempo: Calor Tórrido
Barreirense: Kaká; Janita ((c) a partir dos 60´), Alain Pilar, Nuno Afonso, Ricardo Bulhão, Crisanto (c), Hristo, José Maria, David Pinto, Bruno Severino e Diogo Caramelo
Suplentes: Pardana; Carlos André, Fábio, Alexandre, Lucas, Fred e Martin
Substituições: Hristo por Martin (ao int.), Crisanto por Fred (60´) e Ricardo Bulhão por Lucas (76´)
Cartões Amarelos: Bruno Severino (83´), Nuno Afonso (104´), Diogo Caramelo (112´) e Lucas (120´)
Cartão Vermelho: Bruno Severino (88´)
Marcadores: Bruno Severino (86´) e Martin (118´)
Treinador: Pedro Duarte
Treinador-Adjunto: Paulo Filipe
Operário: Rodrigão; Ventosa, João Jesus, Paulo Renato, Hugo Simões, Ruizinho, Gonçalo Reyes, Dani (c), Marlon, Patrício e Fábio Gomes
Suplentes: Hugo Viveiros; Diogo Félix, Zé Domingos e Abudu
Substituições: Marlon por Zé Domingos (ao int.) e Gonçalo Reyes por Abudu (72´)
Cartões Amarelos: Patrício (59´) e Hugo Simões (92´)
Cartão Vermelho: Zé Domingos (72´)
Marcador: Fábio Gomes (43´)
Treinador: André Branquinho
Treinador-Adjunto: Manuel Jaime
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