Campo D. Manuel de Melo
Rua: D. Manuel de Melo - Barreiro
Lotação: 6217 (10500 com Peão)
Tipo de Piso: Relva Natural
Dimensões: 103x64
Iluminação para jogos oficiais
O campo do Rosário
Nos primeiros tempos de existência o Futebol Clube Barreirense utilizava, para realizar os seus desafios de futebol, uns terrenos arenosos próximos da Igreja de Nossa Sr.ª do Rosário, e por isso o denominaram por "Campo do Rosário". Era um campo cheio de montes de terra argilosa e movediça. Um pedido para remediar o problema foi remetido à Câmara Municipal do Barreiro, que resolveu o problema, mas este terreno, propriedade de Irmandade, não durou muito tempo.
Campo da Quinta José Alves
Pouco tempo depois foi encontrada nova solução, o campo da Quinta José Alves, que ficava a poente do actual "Parque Catarina Eufémia". Não tinha balizas e os directores do clube espetavam os postes nos dias dos jogos e colocavam uma corda no topo de poste a poste fazendo de barra. O campo tinha as dimensões de 80x40 e o público assistia de pé comprimindo-se à volta do recinto.
Campo do Rossio (1ª vez)
Em 1914, Francisco Ganhão prescindiu de um pedaço de terra de semeadura que amanhava a norte do cemitério velho da vila (hoje jardim público) do qual pagava 5$00 de renda por mês. A direcção do Futebol Clube Barreirense contactou com o proprietário do terreno, José Guilherme Bravo, que o alugou e assim surgiu o velhinho "Campo do Rossio". O piso foi arranjado com barro e jorra e para vedar a direcção comprou a crédito, a João de Oliveira Duque, uma boa quantidade de madeira que importou em 30$00. Para cobrar a dívida organizou-se um desafio com o Benfica que superou largamente a importância pretendida.
O campo era acanhadíssimo e lateralmente era utilizado por 2 cordoarias que só quando se extinguiram, anos mais tarde, permitiram ao Futebol Clube Barreirense ficar na posse de todo o terreno. Em 1922 construíram-se as primeiras bancadas em madeira com um pequeno camarote a poente do campo de jogos. O campo foi utilizado por largos anos a ali passaram as melhores equipas nacionais e algumas estrangeiras.
Estádio do Lumiar
De 1932 a 1937 o Futebol Clube Barreirense alugou o estádio do Lumiar, em Lisboa, e aí realizava os jogos em casa. Mas a partir de 1938 a equipa acabou por regressar ao campo do Rossio.
Campo do Rossio (2ª vez)
A partir de 1946 alargou-se o estádio. A poente, bancadas de madeira a todo o comprimento do campo e um camarote mais espaçoso. O peão (nascente), foi alargado graças á gentileza da administração da C.U.F. que cedeu uma faixa de 10 metros do seu terreno. A norte, a Câmara Municipal do Barreiro cedeu uma nesga do jardim público. Com esta remodelação o Barreirense passou a dispor de um campo de jogos de razoável para as exigências da época e em Assembleia Geral de 14 de Fevereiro de 1952, foi deliberado que o renovado campo se passasse a denominar "Campo D. Manuel de Melo" como preito de gratidão para com a administração da Companhia União Fabril, que a nascente cedeu a título precário uma faixa de dez metros, tendo aí sido construído o peão.
Campo D.Manuel de Mello
Mesmo em face destes melhoramentos o problema do campo não ficou sequer de longe resolvido, pois verificava-se a necessidade do Barreirense possuir um "Parque Desportivo" com todos os requisitos e, sobretudo, digno do seu valor. Em 1965 dasse um projecto de restauração do recinto terminando de vez com a hipótese do clube construir um novo estádio noutro local. O orçamento para as obras foi de 1.200 contos (cerca de €6.000) A C.U.F. voltou a ceder mais uma faixa de terreno a nascente para que o peão podesse ser convenientemente alargado.
Com a colaboração da Câmara Municipal de Barreiro e de dedicados sócios, construiu-se a bancada topo norte, bancada central coberta, camarotes, bancadas laterais a todo o comprimento do campo (a poente) e, na altura própria, o arrelvamento do rectângulo de jogos. Depois da inauguração foi construida a bancada topo sul e para melhorar a estética foram arredondados os topos das bancadas que avançaram uns metros para o peão (nascente).
O Futebol Clube Barreirense teve algumas ajudas para as obras, tais como:
-Ministro das Obras Públicas: 150 contos (cerca de €750)
-1.700 sacos de cimento oferecidos pela C.U.F.
-Federação Portuguesa de Futebol: 450 contos (cerca de €2.250)
-Totobola: 70 contos (cerca de €350)
-Câmara Municipal do Barreiro: 60 contos (cerca de €300)
-Mais donativos de sócios e simpatizantes do Futebol Clube Barreirense
Durante o período em que decorreu as obras, o Futebol Clube Barreirense jogou no campo de Santa Bárbara, campo da C.U.F., mas houve igualmente clubes que ofereceram o seu estádio para a equipa treinar, tais como, V.Setúbal, Cova Piedade, Almada, Palmelense, Galitos, 1ºMaio Sarilhense, Atlético, Vilafranquense e Sacavenense. A cerimónia de inauguração decorreu a 26 de Setembro de 1966 num desafio frente ao Alhandra para a 2ªdivisão nacional.
Em Fevereiro de 1976 inaugurou-se a iluminação do campo de jogos, numa pequena festa e num jogo frente ao Belenenses que os alvi-rubros venceram por 2-1. O Barreirense alinhou nesse jogo com: Clemente (depois José Luis); Caeiro, Cansado, Almeida e Patricío; David (depois Madeira), Câmpora e Alexandre; Andrade, Mário e Pinto.
Em Agosto de 2005, o "velhinho" estádio recebeu melhoramentos para o clube poder jogar no seu estádio na II Liga de Honra. Desde o relvado, em fase de melhoramento, como a "manga" de acesso ao relvado, obrigatório na 2ªliga, e até os bancos de suplente renovados, tudo foi concluído a tempo. A 16 de Setembro de 2007, foi realizado o último jogo no relvado do D. Manuel de Mello. O Barreirense recebeu o Silves em jogo a contar para a 3º jornada da III Divisão Série F, a vitória sorriu para os alvi-rubros que bateram os algarvios por 2-0, com golos de Rolo g.p. e Pedro Saianda, jovem formado no clube, que assim apontou o último golo neste mítico Estádio. Ficha do jogo >>>
Pontos altos desportivamente:
Em 1969/1970, o Barreirense conseguiu a melhor classificação de sempre no campeonato nacional da 1ªdivisão atingindo o 4ºlugar. Era treinador, Manuel Oliveira, e o plantel era composto por: Bento, Serra, Bandeira, Faneca, Patricío, Luis Mira, José João, Valter, José Carlos, Rogério Delgadinho, Francisco Candeias, João Carlos, Bolota, Cepeda, Serafim, Almeida, Malagueta, Azevedo, Aleixo, Canário, Farias e Câmpora.
Taça das Cidades com Feira:
Jogo realizado a 16 de Setembro de 1970:
F.C.Barreirense: 2 - Dinamo Zagreb (Jugoslávia): 0
parte do texto foi retirado do livro "Futebol Clube Barreirense 70 anos de vida" de José Rosa Figueiredo
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