Cabeça de Miguel e Cambalhota de Cajó deu a segunda
O F.C.Barreirense conquistou pela segunda vez no seu historial a Taça da A.F.Setúbal ao derrotar na Final disputada no Estádio do Bonfim, em Setúbal, o U.Santiago do Cacém, por 2:1.
Antes de mais, dizer que todos os intervenientes na partida estão de parabéns, desde os jogadores ao público passando pela boa organização e divulgação do evento por parte da A.F.Setúbal (que incluiu transmissão em direto na TV pelos canais autorizados) o que permitiu a que se assistisse a um bom jogo de futebol, que teve todos os condimentos que deve ter um jogo de uma final como são o equilíbrio, golos e os momentos dramáticos que acabam por deixar inevitavelmente sempre um dos lados da barricada satisfeitos e a tristeza no lado contrário. Fomos nós que tivemos a felicidade de vencer, mas uma palavra ao União que valorizou muito o nosso triunfo.
Se se esperaria uma superioridade natural da nossa equipa, o que se assistiu nos primeiros 45 minutos, foi um jogo muito repartido na maior parte do tempo, se bem que no primeiro quarto-de-hora tenha sido o União a demonstrar maior clarividência atacante, em especial João Raposo autor dos primeiros lances de perigo aos 5´ e 7´ com o guardião Kevin a ter que mostrar enorme atenção na segunda dessas oportunidades.
Ao quarto-de-hora de jogo os alvi-rubros dão o primeiro sinal, com Joel a ter um cruzamento/remate que levou a bola ao travessão da baliza do União e no lance seguinte foi Carlitos, servido por Joel, a disparar sobre a barra. Só passaram mais dois minutos e desta vez livre de David Pinto que passou por cima do alvo.
Foram minutos muito movimentados, já que o União também procurou responder e aos 19 minutos viu o capitão Tiago a ter uma arrancada pelo centro do terreno e já de ângulo apertado tentou surpreender Kevin que só conseguiu sacudir para canto.
Depois, num minuto apenas, surgiram as melhores chances para ambos os conjuntos até ao momento: minuto 27, grande arrancada de Miguel Correia pela esquerda a combinar com Carlitos e a servir de trivela o interior da área, onde Daniel Lourenço falhou o desvio de forma incrível. Na resposta, Ruan coloca à prova a atenção de Kevin que desviou para canto e no seguimento do mesmo, a bola ganhou um ressalto e foi ter com o central Hélder que em ótima posição rematou sobre a barra.
Até que surgiu o momento do jogo na primeira parte, altura em que o União iria fazer o seu golo num lance já visto anteriormente, com Ruan a servir João Raposo e este a ganhar as costas a Bulhão, cabeceando para o primeiro golo do jogo, aos 41 minutos.
Para a 2ª parte Crisanto ficou nos balneários, entrando David Rodrigues para o centro do ataque barreirense e logo no segundo minuto da etapa complementar, o número 9 alvi-rubro não conseguiu explorar a sua estatura da melhor forma cabeceando sobre a baliza de João.
Antes de sair para dar o lugar a Rúben Guerreiro, Daniel Lourenço, aos 55 minutos, procurou ser feliz rematando fora da área mas por cima.
Neste momento do jogo o Barreirense procurava o golo do empate a todo o custo, mas faltava a melhor definição nos lances ofensivos para a equipa conseguir materializar a sua superioridade no terreno. Assim foi ao minuto 67 quando Fred cruzou e Miguel Cabeceou sem a força necessária para bater João que agarrou o esférico e ao minuto 71, quando uma confusão na área do União quase permitiu que David Rodrigues e Cajó aproveitassem os sucessivos maus alívios da defesa contrária.
O tempo estava a escoar rapidamente e o Barreirense tentava o tudo por tudo. Aos 80 minutos, entra o central Fábio Oliveira para… ponta-de-lança e o Barreirense ganhava ainda mais presença na área contrária. Entrava-se no período de compensação e Fábio Oliveira fazia impor a sua estatura quando saltou mais alto do que tudo e todos e empata a partida mas o árbitro, André Narciso, anula o lance por falta sobre o guarda-redes. Só passou mais dois minutos e novamente Fábio Oliveira a dispor de oportunidade de ouro para levar a partida para o prolongamento mas na pequena-área faltou desviar a bola do guarda-redes João. Até que aos 94 minutos, todo o esforço deixado no relvado do Bonfim foi recompensado pelo golo do empate quando Bulhão apontou um canto do lado direito do ataque barreirense e Miguel Correia, ao primeiro poste, a desviar de cabeça para o golo. Foi a loucura no Bonfim com a justiça no marcador a chegar em cima da hora.
Entrávamos no prolongamento com os jogadores a acusarem o enorme esforço durante os 90 minutos e neste período podemos dizer que o União teve uma enorme oportunidade mas o Barreirense fez mais por merecer a vitória. Miguel Correia, aos 94 minutos, disparou um míssil para defesa de João, para o primeiro de três cantos consecutivos de Bulhão que colocaram em pânico a defesa contrária aliviando à terceira com grande dificuldade.
Aos 97 minutos, a grande oportunidade do União no seguimento de um livre para a área em que a bola parecia que se iria perder pela linha de fundo mas um toque do central do União colocou a bola no outro central André Oliveira, que só com Kevin pela frente obrigou o keeper a defender como pôde, sacudindo com os pés naquele que foi o canto do cisne da equipa treinada por Carlos Augusto, que já há muito que não conseguia sair a jogar para o ataque.
Aos 102 minutos foi Ricardo Bulhão a tentar a sorte de longe mas o esférico saiu para fora ele que sentiu imensas dificuldades físicas e que esteve grande parte do prolongamento fora do jogo por esse fato. Também do lado do União, dizer que Maikon acabaria por ter que sair do relvado também por problemas físicos deixando a sua equipa também reduzida a 10 elementos.
Veio a 2ª parte do prolongamento e aos 111 minutos surgiu o lance que definiu a partida: canto de Joel, na direita, Mota consegue colocar de cabeça na pequena-área e Cajó, de bicicleta, deu a 7ª reviravolta no marcador da temporada aos alvi-rubros. Escusado será dizer que todo o banco de suplentes entrou em campo para comemorar aquele que viria a ser o golo da conquista da 2ª Taça da A.F.Setúbal.
Até final, o União teve que se expor, algo a que ainda não se tinha assistido durante a partida e o Barreirense tem duas enormes chances de fazer o terceiro golo protagonizadas por Rúben Guerreiro e Miguel Correia mas a bola acabaria por não entrar, mas também não seria necessário pois o resultado acabaria por se manter e o Barreirense iria conquistar pela 2ª vez a Taça da A.F.Setúbal.
Ficha do Jogo:
Estádio: Bonfim, em Setúbal
Piso: Relvado Natural (bem tratado)
Árbitro: André Narciso (Setúbal)
Árbitros Auxiliares: Rui Ramos e Nuno Roque
4ºÁrbitro: José Frade
Tempo: Nublado com alguma abertas
U.Santiago Cacém: João; Cuca, Hélder, André Oliveira, Couto, Varela, Mauro, Borges, Tiago (cap.), Ruan e João Raposo
Suplentes: Brígido; Maykon, Advino, Mário, Cunha, Sandro e Aldenir
Substituições: João Raposo por Maykon (62´), Ruan por Sandro (67´) e Couto por Mário (83´)
Cartões amarelos: Borges (46´) e André Oliveira (75´)
Golo: João Raposo (41´)
BARREIRENSE: Kevin; Fred, Mota, Janita, Bulhão (cap. a partir int.), Crisanto (cap.), Joel, David Pinto, Daniel Lourenço, Carlitos e Miguel Correia
Suplentes: Crespo; Fábio Oliveira, Láudio, Espanta, Cajó, Rúben Guerreiro e David Rodrigues
Substituições: Crisanto por David Rodrigues (ao int.), Daniel Lourenço por Rúben Guerreiro (56´), Carlitos por Cajó (70´) e David Pinto por Fábio Oliveira (80´)
Cartões Amarelos: Cajó (111´) e Bulhão (120´+1´)
Golos: Miguel Correia (90´+4´) e Cajó (111´)
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