Uma questão de atitude. Assim se pode resumir e caracterizar o triunfo (97-94) do Barreirense diante do rival Benfica, naquele que foi o primeiro sucesso da turma do Barreiro na actual fase regular da Liga. Os pupilos do técnico José Luís Damas, um treinador muito contestado (pelo menos até ontem) por alguns adeptos do Barreirense, mostraram mais raça e crença na vitória, diante de umas águias demasiado apáticas e "iludidas" com o valor individual dos seus atletas. Claro que, jogador a jogador, o Benfica tem muito mais talento e potencial do que os rivais do Barreiro, só que isso, por si só, não chega para se ter sucesso.
A turma da Luz entrou melhor no encontro, tirando partido da velocidade do base João Manuel e da qualidade do poste norte-americano Doug Muse no jogo interior. O problema é que faltou sempre qualquer coisa aos benfiquistas para fugirem no "score" e alcançarem uma vantagem confortável. Sem retirar mérito ao Barreirense, o certo é que não foi através das questões técnicas e tácticas que as águias nunca voaram mais longe.
Foi, sobretudo, uma questão volitiva, de querer ganhar o embate custe o que custar. E o Benfica, neste aspecto crucial, foi uma equipa sem... alma. Apenas o base João Manuel e o capitão Luís Silva disfarçaram, a espaços, a falta de atitude tão referida pelo técnico Mário Gomes.
Domínio nos ressaltos
Daí a clara vantagem do Barreirense na luta das tabelas, como se pode depreender pelo número de ressaltos conquistados - 37 "versus" 24 -, superioridade garantida sobretudo na 2ª parte, já que no final dos primeiros 20 minutos existia algum equilíbrio neste aspecto (16 ressaltos para o Barreirense e 17 para o adversário). Antevendo a debilidade do Barreirense no jogo exterior, o técnico benfiquista, Mário Gomes, optou por montar uma defesa zona 2x3, mas os basquetebolistas do Barreirense acabaram por se adaptar a este sistema.
O momento-chave do jogo ocorreu quando o extremo norte-americano Ronnie McCollum converteu um fantástico triplo e passou o marcador para 94-90. Ainda faltavam 1,19 minutos, mas os atletas do Benfica não tiveram a serenidade necessária para inverterem a situação. Crabtree ainda igualou da linha de lance livre, mas Muse somou a 5ª falta e João Manuel fez um "turnover". A festa era do Barreirense.
In "Record Online"
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