O antigo internacional português de futebol José Augusto, que se formou no Barreirense e de onde saiu para o Benfica, recordou todos os «momentos extraordinários» que viveu no clube.
«Eu sou nascido e baptizado no Barreiro e vivi aqui toda a minha vida», sublinhou o “magriço”, em declarações à agência Lusa, lembrando que alinhou em todas as selecções nacionais, «ainda como jogador do Barreirense».
Apesar de ter começado por jogar basquetebol no clube do Barreiro, José
Augusto não hesitou em escolher o futebol como modalidade de eleição,
tendo atingido o “estrelato”, a exemplo de outros ex-jogadores do clube,
como Manuel Bento, Carlos Gomes, Neno, Carlos Manuel e Jorge Martins.
«Vivi momentos extraordinários no Barreirense. A minha primeira Taça foi
a de Campeão Distrital da AF de Setúbal, um momento que me marcou. Foi
um prazer ter nascido neste clube», recordou.
O “magriço”, que em 1961 foi considerado o melhor extremo direito na
Europa, referiu que, apesar da importância do Barreirense na sua
formação, o Benfica foi um patamar diferente.
«Foi no Barreirense que comecei, mas, se não me tivesse transferido para
o Benfica, talvez não atingisse o apogeu que atingi. No Benfica parti
para outra vida, com regras na alimentação, horários de dormida, enfim,
regras para serem cumpridas. No Barreirense, eu trabalhava na CP e
depois ia treinar», disse, recordando que ainda trabalhou como servente
na construção do ginásio-sede do clube.
Ex-dirigente do Barreirense, diz-se revoltado com a actual situação do
clube, cuja equipa de futebol disputa os distritais de Setúbal.
«Sinto-me revoltado por tudo aquilo que foi feito numa passado recente por quem dirigiu o clube», frisou.
O ex-internacional português Neno, que se destacou nas balizas do
Benfica e do Vitória de Guimarães, também começou no Barreirense, apesar
de ter desistido na primeira tentativa de ingressar no clube.
«Por ser muito pequenino e raquítico e ter visto gente muito grande, fui
embora para casa. Passado dois anos, o Barreirense foi buscar-me ao
Santoantoniense, que foi onde comecei, depois de uma época fantástica,
tinha eu 15 anos», afirmou à Lusa.
Neno defendeu a baliza do Barreirense durante sete anos, nos últimos cinco sempre perto de sair.
«Era sempre para sair, mas nunca aconteceu. Só sai depois para o Benfica
aos 22 anos. O Barreirense era um viveiro e, um ano antes, o Benfica
queria-me e eu não quis ir, porque estava lá o Bento. Aceitei depois do
interesse do FC Porto, Sporting e Boavista. O treinador era o Eriksson e
pediu-me para lá ir treinar, estive lá uns tempos e acabei por
assinar», recordou.
Neno garante que foi o falecido Manuel Bento, que também defendeu as
balizas do Benfica e da selecção portuguesa depois de cumprir a formação
no Barreirense, clube perto de completar 100 anos, que lhe deu conta do
interesse do Benfica.
«O clube e a sua história marca-nos, mas nós também estamos ligados à
sua história. Éramos do Barreiro e queríamos jogar no clube para depois
tentar dar um passo maior», lembrou Neno.
In http://desporto.sapo.pt
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