A construção do
Ginásio-Sede foi o acontecimento mais marcante e de maior
transcendência na vida do Futebol Clube Barreirense. Trata-se
duma obra invulgar na sua realização, que foi possível
graças à dedicação e abnegação
dos sócios e povo do Barreiro.
Ontem dia 20 de Maio, a Direcção do Futebol Clube Barreirense, realizou um sessão comemorativa dos 50 anos da inauguração do Ginásio-Sede, que antecedeu à abertura de uma exposição realizada a partir de recortes da imprensa, alusivas à grande realização que marcou o clube e quem participou nela.
Na mesa estiveram entre outros, António
Sardinha – Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Futebol Clube
Barreirense, Manuel Lopes - Presidente da Direcção do
Futebol Clube Barreirense, Carlos Humberto - Presidente da Câmara
Municipal do Barreiro, Regina Janeiro - Vereadora da Câmara
Municipal do Barreiro, Raul Malacão - Presidente da Junta de
Freguesia do Barreiro, e 3 membros vivos da Comissão
Pró-Ginásio, Edgar Nunes, Edmundo Fernandes e a única
mulher da comissão, Lucete Pereira.
Com a presença de um número significativo de sócios, simpatizantes e convidados, António Sardinha, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do FCB, deu início à sessão, referindo na sua intervenção alguns aspectos da construção do Ginásio-Sede e da sua importância. “Por estas horas há exactamente 50 anos, esta sala e as rua contíguas, encontravam-se polvilhadas de gente para assistir à inauguração deste espaço. O sonho tinha acontecido... passavam-se tempos de penúria, mas os sócios e o povo do Barreiro conseguiram construir esta grande obra. Quero aqui recordar todos aqueles que participaram nela”. Relembrou depois os eventos que por ali passaram. “Passaram por aqui todo o tipo de evento, desde teatro, bailado, ópera, além dos espectáculos desportivos. Naquela altura era o melhor recinto que havia”. Abordou depois o momento delicado que o clube atravessa no presente. “É o momento de pensar o futuro, encontramo-nos numa encruzilhada e para o projecto do Barreirense ter viabilidade é preciso concretizar o projecto da Verderena, e do novo estádio, com o apoio de todos”. Concluiu depois, citando Balseiro Fragata. “Ginásio do Barreirense/Berço de heróis sem metralha/Templo que a todos convence/Do valor de quem trabalha!”
Depois,
foi Manuel Lopes, Presidente da Direcção do Futebol
Clube Barreirense, quem usou da palavra, e sobre a data comemorativa,
referiu: “É um espaço que muito nos honra, que foi
construído com muito sacrifício e num período
muito difícil, depois do fim da II Guerra Mundial, por isso
quero aqui saudar todos os que participaram nela”. Foi depois
realçada a importância da exposição. “A
exposição vai estar patente na Sede do clube durante os
próximos 15 dias. Gostaria que todos pudessem visitá-la
para se inteirarem da sua dimensão”.
Carlos Humberto, presidente da Câmara
Municipal do Barreiro, também interveio e relembrou que era
muito novo quando foi inaugurado o Ginásio-sede, mas
recorda-se da festa que foi. “A construção do
Ginásio-sede do FCB foi uma epopeia que os cidadãos do
Barreiro ajudaram a construir e serve de exemplo de que vale a pena
sonhar.” Continuou depois, apelando à luta e à
persistência. “É necessário construir e não
desistir, persistir e combater. Com dedicação, empenho
e combatividade é possível derrubar barreiras”.
Carlos Humberto relembrou que o Barreiro também se pode
construir pedra a pedra, como aconteceu com o ginásio e pode
crescer se todos levarem a sua pedra. “Este é o exemplo que
queremos seguir”, concluiu.
Houve também espaço para sócios e alguns obreiros desta grande obra darem o seu testemunho e relatarem alguns episódios da sua construção. Num dos testemunhos, Lucete Pereira, a única mulher da comissão pró-ginásio, revelou que foi muito criticado por ser a única mulher entre os homens naquela comissão, mas estas criticas ainda lhe davam mais força para continuar aquele projecto.
Edmundo Fernandes o mais novo membro da comissão, tinha 19 anos na altura, tinha a responsabilidade do pelouro cultural. Contou como foi o processo de catalogação dos livros da Biblioteca e da importância que ela tinha para o povo do Barreiro, tal como a do Luso e dos Penicheiros.
Durante o sessão, Ricardo Vale,
uma das maiores glórias do Futebol do Barreirense, foi
ovacionado pelos presentes. Ricardo Vale,
passou perto de duas décadas a jogar ao mais alto nível
no clube do seu coração. Jogou durante as épocas
áureas do clube, e é um dos atletas que talvez melhor personifica
e incorpora a “mística” do clube e o “amor à
camisola”. Rejeitou diversos convites de outros clubes da 1ª
divisão, que lhe pagavam muito mais, preferindo sempre
continuar Barreirense e durante a construção do
Ginásio-Sede foi um "gigante", dando
o exemplo ao acumular os treinos com o trabalho operário, naquela grandiosa
obra.
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