Memórias de Vizela
Numa manhã de nevoeiro, demos o tiro de partida e com os olhos ainda mal abertos de uma noite com poucas horas de sono - alguns deles mesmo com directa em cima - chegámos ao nosso primeiro ponto de paragem, a área deserviço de Aveiras. Um pequeno almoço mais condizente arrebitou o pessoal para o dia, e com a compra de jornais e revistas, começava-se a dar os primeiros palpites sobre o que se esperava do jogo do nosso clube.
Com o estômago aconchegado arrancámos em direcção à área de serviço de Pombal onde fizémos, a segunda e última paragem, numa altura em que pelo menos um de nós não aguentou a pedalada da noite anterior e já ressonava intensamente. De novo no alcatrão, passámos pelo estádio do dragão que apesar de não ser do nosso clube, tivémos que dar a mão à palmatória e gracejar com a beleza do recinto, mas nós queríamos era chegar a Vizela o mais rápido possível, não só porque já levávamos com 3 horas de Quim Barreiros nos ouvidos, mas também porque o almocinho já chamava por nós.
Despois de muitas curvas, contra-curvas, rotundas e mais rotundas, eis que surge, no alto da colina o nosso objectivo, o estádio. Faltava agora recuperar forças para o resto da tarde, e eis que a poucos metros dali, surgiu o nosso local de eleição: uma casa de pasto. Uns foram para a feijoada, enquanto que outros preferiram os rojões, sempre bem regados, e de que maneira, por uma "pomada" que até dava para subir as paredes. Depois de repetirmos o repasto acabámos por pagar, apenas, 6 e desejar que para o ano o Barreirense volte novamente a Vizela.
A caminho do estádio surgiu-nos um homem que reside à mais de 40 anos no norte e que jogou, nos anos 60, no nosso barreirense. Era guarda-redes e chama-se Silva. Depois de relembrar várias histórias, seguimos para o estádio onde acompanhámos, atentamente o desenrolar dos acontecimentos com a esperança de regressarmos com uma vitória, mas infelizmente, acabou por não ser, ainda desta vez. Não ganhámos o jogo, mas ganhámos a amizade dos vizelenses que se prontificaram a trocar de cachecóis, desejando-nos um bom regresso a casa.
Lá fomos para o nosso autocarro e passámos pela famosa casa de pasto, onde dois dos nossos mais valentes "atestavam o depósito" para o regresso. Perante a dificuldade do motorista para passar pelas ruelas e ruazinhas de Vizela, lá conseguimos chegar à auto-estrada, e aumentámos a velocidade em direcção ao Barreiro, não sem que antes tivéssemos parado pela única vez, desta vez na área de serviço da Mealhada, onde se confraternizou com adeptos e responsáveis do Vitória de Setúbal que estavam de regresso da sua jornada vitoriosa de Paços de Ferreira.
Depois, bom depois, foi o descansar dos guerreiros, pois a noite já ia longa e os, corpos doridos, reclamavam o merecido descanso. Depois de várias paragens para deixar alguns dos resistentes, chegámos ao Barreiro às 23horas. Para a semana há mais...
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