ANTIGO AVANÇADO FOI PORTA-ESTANDARTE NA INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO DA LUZ
José Augusto foi o porta-estandarte do Barreirense
na inauguração do Estádio da Luz, em 1 de Dezembro de 1954. Tinha
apenas 14 anos, e diz que jogar no Benfica não passava então de um
"sonho longínquo". "Lembro-me desse dia como se fosse hoje. Foi uma
grande manifestação de benfiquismo, e ainda mais para nós, porque já
nessa altura o Benfica tinha quase 50% de jogadores do Barreiro."
O
antigo extremo-direito do Benfica garante que foi uma das maiores
alegrias que viveu na Luz, salvo os jogos de competições europeias. Em
concreto, os da Taça dos Campeões Europeus. Seis anos depois da
inauguração, José Augusto era jogador do Benfica, concretizando uma
ilusão que teve contrapontos, como é inevitável. A morte do companheiro
Luciano chegou numa das manhãs mais tristes que José Augusto viveu na
Luz. O antigo central benfiquista sucumbiu electrocutado pela máquina
de movimentação de águas no tanque do balneário da Luz.
Por
perto estavam outros jogadores, e José Augusto fazia a barba em pleno
balneário, quando tudo aconteceu. "Jaime Graça é que safou aquilo,
porque desligou a ficha eléctrica da máquina. Senão, podia ter sido bem
pior", afirmou a antiga glória benfiquista. Dos problemas, e
contrariedades, vividos na década de 60, José Augusto destaca a
tragédia do tanque como o pior momento que viveu na Luz. Os acidentes
vasculares de Augusto Silva e Vítor Martins também estão no topo da
lista de desastres.
Contudo, prefere pensar e falar da emoção de
percorrer o flanco direito, junto ao Terceiro Anel. "Havia uma adesão
enorme das pessoas, naquele tempo. O Terceiro Anel empolgava-me e fazia
transcender-me. A Luz foi o estádio mais mítico que existiu em
Portugal. Tenho uma grande pena que seja demolido, porque é memorável e
inesquecível. Mas também sei que é necessário o estádio novo, para o
público voltar ao futebol."
"Não estou de acordo com a
construção de tantos estádios, e um estádio municipal para o Benfica e
o Sporting não me chocava nada, porque temos de olhar que um país como
o nosso não suporta despesas tão grandes", afirmou José Augusto.
"Espero que o Benfica possa voltar a ganhar o título neste ano do
centenário", concluiu.
Quando o Belenenses estragou a festa de '60
O
Benfica, treinado por Bela Guttman, esteve próximo de concluir invicto
o campeonato de 1959/60, mas foi contrariado na Luz pelo Belenenses
(1--2) na última jornada.
As faixas de campeão estavam
encomendadas, mas o Belenenses venceu e os vendedores de produtos
desportivos com a marca Benfica tiveram de retirá-los do mercado, por
conterem a designação "Benfica campeão invicto".
"Sobre as faixas? Isso foi o que constou, mas garanto-lhe que nunca vi nenhuma com essa inscrição", afirmou José Augusto.
PERFIL DESPORTIVO
NOME: JOSÉ AUGUSTO Pinto de Almeida
NASCIMENTO: Barreiro, em 13 de Abril de 1937
POSIÇÃO: Extremo-direito e Avançado
CAMPEONATO: 8 títulos (59/60, 60/61, 62/63, 63/64, 64/65, 66/67, 67/68 e 68/69)
TAÇA DE PORTUGAL: 3 vitórias (61/62, 63/64 e 68/69)
TAÇA CAMPEÕES EUROPEUS: 2 vitórias (60/61 e 61/62)SELECÇÃO: 45 jogos e 9 golos
In "Record Online"
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