Não foram muitos os jogadores barreirense, ou com passagem pelo clube, que actuaram em Campeonatos do Mundo de Futebol, mas vamos retratar aqui essas prestações, que encheram de orgulho os barreirenses e todos os amantes de Futebol.
Foi em 1966, na primeira participação portuguesa num Mundial, que José Augusto , na altura com 29 anos, representando o Benfica, mostrou todo o seu futebol, dignificando as cores alvi-rubras do clube que o tornou conhecido para o Futebol.
José Augusto, participou nos seis jogos de Portugal, tendo apontado 3 golos. No primeiro jogo de Portugal contra a Hungria, Portugal teve uma estreia que causou sensação. O resultado foi inaugurado logo aos dois minutos: a defesa húngara, para desfazer uma jogada entre Jaime Graça e Eusébio, concedeu canto; Simões executou o castigo com um pontapé longo e Torres, saltando à frente dos defesas contrários, proporcionou a José Augusto, no meio de um cacho de jogadores, uma cabeçada certeira. José Augusto foi também o autor do 2-1, que desfez o empate. O jogo acabaria com 3-1 para Portugal.
José Augusto voltou a marcar no épico jogo dos Quartos de final, contra a Coreia do Norte, onde Portugal virou o jogo de 0-3, para 5-3. José Augusto apontou o golo dos 5-3.
Os «Magriços», surpreenderam o Mundo, animaram o Mundial e fizeram sonhar Portugal, levando os portugueses por momentos a esquecer as agruras do regime fascista de Salazar.
No Mundial realizado na Alemanha em 1974, o Barreirense teve em Nelinho um seu representante, dado ter passado pelo nosso clube na época 1970-71, quando era ainda muito novo (20 anos), mas o talento já lá estava. O Brasil acabou o Mundial em 4º lugar tendo realizado 6 jogos, Nelinho alinhou a titular nos 3 primeiros encontros, depois, não teve mais a confiança do técnico brasileiro.
Em 1978, na Argentina, Nelinho esteve novamente presente, atravessava nessa altura um grande momento na sua carreira. Para um jogador da defesa, Nelinho foi considerado o mais eficiente e moderno lateral direito do futebol brasileiro de todos os tempos. Se era óptimo na sua missão de marcar, era perfeito e rápido para sair da defesa para o ataque, em combinações táticas com os companheiros até surgir próximo da grande área, para despachar seus "canhões"contra a baliza adversária ou para efectuar cruzamentos perfeitos. Na altura jogador do Cruzeiro, Nelinho participou em 4 dos 7 jogos do Brasil, dando um grande contributo para a conquista de um honroso 3º lugar. Nelinho apontou dois golos na competição. O primeiro golo apontado contra a Itália, no jogo de atribuição dos 3º e 4º lugar, foi considerado um dos mais belos golos apontados no Mundial de 78. O outro golo foi apontado na vitória 3-1 contra a Polónia.
No México 86, José Torres convocou 4 ex-barreirenses: Bento (Benfica), Jorge Martins(Belenenses), Frederico(Boavista) e Carlos Manuel (Benfica). Frederico e Jorge Martins, passaram pelo Barreirense nos finais dos anos 70. Bento jogou de 66 a 72 e foi campeão nacional da II divisão 2 vezes pelo Barreirense (1966-67 Tirsense: 3-1) e (1968-69 Boavista 3-3 e 2-1). Carlos Manuel brilhou pelo Barreirense na primeira divisão, na época 1978-79, a “Locomotiva”, como era apelidado, chamou a atenção do Benfica, que não perdeu pela demora, e comprou o seu passe.
Portugal não passou da primeira fase e Jorge Martins não chegou a ser utilizado por José Torres. Frederico e Carlos Manuel jogaram os três jogos (Inglaterra 1-0, Polónia 0-1 e Marrocos 1-3). Bento jogou apenas o primeiro jogo em que derrotámos uma das favoritas, a Inglaterra, por 1-0, com golo de Carlos Manuel . Antes do jogo com a Polónia, Bento fracturou a tíbia e o perónio, quando num treino, jogava a... avançado!!! Numa «peladinha», quando jogava ao ataque, saltou com José António, caiu mal e partiu a perna.
A Inglaterra, primeira do grupo de Portugal e treinada por Bobby Robson, confirmou o favoritismo ao ser eliminada apenas nas meias finais por 2-1, com o golo da “mão de deus” de Maradona.
Durante a preparação para o Mundial, já em solo Mexicano, eclode o caso “Saltillo”. Os jogadores não calaram a sua revolta e ameaçaram fazer greve. Estavam no México com 4 mil escudos de diária, 100 mil escudos de prémio de presença e 200 mil escudos dados por Joaquim Oliveira e não pela FPF. Bento foi o porta voz dos revoltados. Num longo comunicado, tentou afastar as cortinas de fumo: «Afirmamos a todos os nossos compatriotas a determinação que temos em lutar com a melhor energia, vontade e espírito de sacrifício por resultados desportivos que nos dignifiquem enquanto homens, profissionais de futebol e portugueses.» E prometiam tréguas. Jornalistas de todo o Mundo, atónitos, lançaram a novela de Saltillo aos quatro ventos.
Alemanha 2006, é o Mundial onde pela primeira vez, o Barreirense coloca jogadores seus.
Kali e Marco Airosa , foram convocados para a Selecção de Angola, graças às boas prestações na II Liga de Honra com a camisola alvi-rubra. Angola fez assim a sua estreia em Mundiais, depois de um apuramento histórica à frente da poderosa Nigéria. O Barreirense consegue igualar em número de jogadores presentes no Mundial, o Futebol Clube do Porto (Ricardo Costa e Lucho Gonzalez), e fica à frente do Sporting, que apenas apresentou o gaurda-redes Ricardo.
Angola esteve no grupo de Portugal e teve uma prestação meritória e lutou até ao último minuto pelo apuramento, saiu do Mundial com uma derrota com Portugal (1-0) e dois empates, México (0-0) e Irão (1-1).
Marco Airosa não saiu do banco de suplentes, enquanto Kali foi titular os três jogos, tendo-se cotado a par do guarda-redes, João Ricardo, como dos mais regulares da sua selecção.
As suas exibições não passaram despercebidas, e ao que tudo indica, Kali , poderá assinar brevemente por um clube da Super Liga portuguesa.
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