Rui Minderico |
Cílio Sousa parece surpreendido com tenacidade do jovem leão |
Podia ser como a velha fábula de La Fontaine. A lebre deu avanço à tartaruga e, quando resolveu correr, já não chegou a tempo de cortar a meta em primeiro lugar. Surpreendente mas típico. É que, não obstante a vitória de um dos últimos classificados no campo do líder incontestável, há ainda a realçar a forma personalizada como jogou a equipa de Jean Paul, que mostrou, desde muito cedo, levar a lição bem estudada, sem temer o poder do seu adversário.
Optando por uma estratégia de contra--ataque, os leões foram sempre muito perigosos. Chiquinho deu o mote logo aos 2 minutos, obrigando Paulo Silva à sua primeira grande intervenção. Por sua vez, o Barreirense entrou amorfo, errando muitos passes, revelando lentidão processual e "mastigando" o jogo em demasia, sendo os seus avançados presas fáceis para a sólida organização defensiva da turma leonina.
Aproveitando a visível ansiedade dos homens da casa, os leões estiveram, novamente, perto de marcar: primeiro Valdir rematou por cima, e depois Machado, de bola parada, acertou na trave com estrondo. Só aos 26 minutos o Barreirense conseguiu criar perigo, mas o cabeceamento de Cílio Souza (um dos mais inconformados) saiu por cima. Todavia, à excepção destes lances, a primeira parte foi muito fraca, recheada de trapalhices.
O segundo tempo trouxe uma história diferente. Só nos primeiros dez minutos houve mais emoção do que em toda a etapa inicial. Foi nessa fase que se começou a travar um belo duelo entre Machado, capitão do Sporting B, e o guardião da casa, Paulo Silva, que negou, por três vezes, o golo ao médio leonino, realizando outra excelente intervenção a "estoiro" de Mateus. Do outro lado, Beto II não foi obrigado a agir mas apanhou alguns sustos, vendo a bola a passar perto de si por mais de uma vez. Nesta fase o golo já se adivinhava. Para surpresa, ou talvez não, pertenceu aos forasteiros, num momento de classe de Mateus: o avançado recebeu a bola no flanco direito do ataque do Sporting B e arrancou com ferocidade, passando pelo meio de dois opositores (Angel e Monzelo) e atirando com frieza para o fundo das redes.
Depois veio a reacção? Apoiado por um ambiente infernal, o Barreirense massacrou o seu adversário e esteve perto da igualdade várias vezes. Mas, apesar desse último esforço, a tartaruga já tinha cortado a meta e ia beber o champanhe da vitória...
In "Record online"
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