Barreirense equipa não profissional da semana para o jornal ojogo: «Gigante com alma própria»

140430_ojogo_barreirenseFORMAR E SERVIR >> A matriz do Barreirense continua a assentar na formação e no serviço à comunidade local, mantendo viva uma história digna dos maiores

Empenho > Vitória por 1-0 sobre o Quarteirense levou o Barreirense ao sexto lugar da Série H da fase de manutenção do CNS
O Barreirense já foi  um dos maiores clubes formadores em Portugal, teve 24 presenças na I Divisão (a última foi em 1978/79) e, apesar de anos difíceis, mantém uma matriz de orgulho que se sente no ar e nas palavras de quem por lá anda. Na  corrente época, a equipa luta para não descer da Série H do Campeonato Nacional de Seniores (CNS) e, esta semana, deu um passo importante nesse sentido ao vencer o Quarteirense. A aposta continua a ser na formação, apoiada por uma academia, numa altura em que o clube celebra o seu 103º aniversário. E mesmo tendo perdido parte do património, incluindo o clássico campo D. Manuel de Melo, o Barreirense está vivo e equilibrado. “Há custos de 400 mil euros/ano e receitas de 500 mil, sendo que o extra é para pagar compromissos antigos.

Mas não podíamos deixar o Barreirense, um histórico que faz falta ao futebol nacional e a esta cidade, à  mercê de aventureiros”, conta José Rodrigues, presidente eleito em março passado. Hoje como antigamente, a filosofia é formar e manter viva a alma daquele que já foi um gigante. “Sem promessas, talvez um dia voltemos ao futebol profissional, mas para já não nos vejo com condições”, assume José Rodrigues, que fala num espírito de missão. “Todos temos de ter algumas horas para o voluntariado e para apoiar a comunidade, com consciência cívica”, diz o dirigente, para explicar como tem tempo para gerir um clube com cerca de 700 praticantes. Quanto a Ricardo Monsanto, está “pasmado” com a realidade encontrada. “É um clube com alma própria e que faz falta ao CNS. Tem excelentes condições e é um imprescindível nos nacionais”, conta o técnico, elogiando o apoio do público, quer em casa quer fora.

«O Barreirense tem 700 atletas e um apoio constante dos adeptos, seja o jogo em casa ou fora»

Equipa da semana: Futebol Clube Barreirense
 B.I. DO CLUBE:
Fundação: 11 de abril de 1911
Estádio: Campo da Verderena
Lotação: 2000 lugares
Sócios: 2500 (pagantes)
Equipamento: Camisola com listas verticais vermelhas e brancas, calções brancos e meias vermelhas
Títulos: 7 campeonatos da II Divisão; 7 campeonatos da AF Setúbal; 1 Taça da AF Setúbal

"Passei aqui uma vida, custa ver o abandono do antigo campo” Bruno Costa > CAPITÃO

140430_ojogo_b_costaBRUNO COSTA É O SENHOR 400
Aos 39 anos, Bruno Costa já tem mais de 400 jogos com a camisola do Barreirense e é o capitão, além de trabalhar nos correios. O central foi formado no clube, passou por outros emblemas, mas são as 13 épocas de sénior que o emocionam. “Passei aqui uma vida, desde os iniciados, e Barreiro é futebol”, diz, lamentando ainda que o local onde era o D. Manuel de Melo seja hoje um terreno baldio.

"Pelos pergaminhos, fazemos falta ao futebol nacional e à cidade” José Rodrigues >PRESIDENTE

140430_ojogo_jpaulorodriguesO PRESIDENTE
Nome: José Paulo Rodrigues (54 anos)
Profissão: Gestor de sistemas de informação
Ligação profunda
José Paulo Rodrigues viveu alguns dos momentos de glória do Barreirense nos anos 70 do século passado. Hoje é presidente, mas teve outras funções em Direções anteriores, tendo assumido a liderança com o  intuito de ajustar o clube a novas realidades. Longe vão os tempos em que José Rodrigues teve a primeira ligação ao clube: tinha cinco anos e entrou para a ginástica, como tantos outros. Depois veio um ano de futebol, nos juvenis, que não lhe abriu perspetivas de seguir mais a sério na modalidade. Barreirense de corpo e alma, como a sua família, o presidente acredita num futuro feliz para o clube.

"O que me motivou foi pegar numa equipa em que já ninguém acreditava e fazê-la acreditar” Ricardo Monsanto > TREINADOR

140430_ojogo_rmonsantoO TREINADOR
Nome: Ricardo Monsanto (35 anos)
Profissão: Treinador
Chamam-lhe mágico
Aos 18 anos, Ricardo Monsanto sentiu que “lia melhor o jogo do que o executava” e começou por trabalhar na área da formação, nomeadamente no Estoril, Torreense e Alverca. Agora está virado para os seniores, onde tem mostrado qualidade, acumulando o cargo com o de selecionador da AF Lisboa. Monsanto tem o curso UEFA  Advanced e alguns adeptos chamam-lhe “mágico”, mas diz que o mérito é dos jogadores e da equipa técnica: Luís Firmino, Marco Guerreiro, Paulo Silva e  Nuno Pinção.

140430_ojogo_ruben_guerreiro"ATÉ SÃO OS “MELHORES AMIGOS”
Quando Rúben Guerreiro partiu o maxilar a João Meira
Há azares cuja explicação se torna difícil; um deles é quando, sem querer, obviamente, magoamos alguém de quem gostamos. Ora, foi exatamente isso o que aconteceu a Rúben Guerreiro, quando jogava no Cova da Piedade. Mas é melhor ser Rúben a contar: “Foi por influência do meu melhor amigo, o João Meira [central do Belenenses], que um dia fui treinar ao Cova da Piedade; ele desafiou-me e acabei por ficar lá. Mas certa vez, num jogo contra o Amora, quando jogávamos ambos pelo Cova, parti-lhe o maxilar... Como? Com uma bolada...”, recorda Rúben Guerreiro a O JOGO. Mas, muito antes dessa malfadada tarde da época 2007/08, o extremo já tivera um outro “azar”, esse mais vulgar. Nos primeiros anos de formação e, antes do Cova da Piedade, esteve no Sporting, pertencendo à geração de Fábio Paim e Daniel Carriço. Ponta de lança nessa fase, foi-lhe dito que era “muito baixinho”, acabando por sair. “Ainda tenho esperança de chegar à I Liga”, diz o jogador de 25 anos, que tem um mestrado em Educação Física, dá aulas e ainda trabalha num ginásio.

CURIOSIDADES
> Paulo Fonseca
Além de muitos ex-jogadores do Benfica – Bento, Carlos Manuel, José Augusto e Chalana, entre outros –, também Paulo Fonseca, ex-técnico do FC Porto, fez formação no Barreirense. No 103º aniversário, até chorou...
> 24 vezes na I Liga
Em 1970/71, o Barreirense disputou a Taça das Cidades com Feira e foi eliminado pelo Dínamo de Zagreb. Na Taça de Portugal, teve cinco presenças nas meias-finais. Ainda é a 13a equipa com mais presenças na I Liga (24).
> Operários
O Barreirense foi criado pelos aprendizes das oficinas dos caminhos de ferro, no início do século passado.

 

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