Paulo Pardana em entrevista

Em entrevista ao Diário do Barreiro, Paulo Pardana, chefe do Departamento de Futebol do Barreirense, revelou algumas das directrizes para a nova época, com a descida quase certa do Barreirense à 2ª Divisão Nacional. O dirigente máximo do futebol do Barreirense afirma que o futuro do clube passa por ele ou outros novos dirigentes, mas sempre com Manuel Lopes como presidente.

 

Diário do Barreiro: O que correu mal ao Barreirense para se encontrar na situação em que se encontra?

Paulo Pardana: Há toda uma conjugação de factores. Começou por sermos o último clube a poder confirmar a participação na Liga de Honra, o que aconteceu muito tardiamente e apenas após termos a certeza de que poderíamos honrar os nossos compromissos. Tal situação deu-nos pouco tempo para construir a equipa e deparou-nos perante um mercado já algo limitado. No entanto, e apesar das limitações, as escolhas foram nossas e, como responsável pelo futebol do clube, assumo por inteiro a situação em que infelizmente nos encontramos.

Mas também é importante dizer que, enquanto o Futebol Clube Barreirense só assumiu a sua participação quando estavam criadas todas as condições, ou seja, quando havia uma realidade e não apenas meras promessas, outros houve que transformaram este campeonato numa autêntica fraude, contratando treinadores e jogadores por valores que não sabiam se poderiam pagar, alguns dos quais com propostas honestas do Barreirense e que dessa forma foram inviabilizadas, defraudando clamorosamente a verdade desportiva desta Liga de Honra, que de honra teve muito pouco.

Também é verdade que isto não justifica tudo e que poderíamos ter agido com as mesmas armas, mas é bom que fique claro que, no Futebol Clube Barreirense nos regemos por princípios e valores dos quais não abdicamos e que preferimos, se for caso disso, descer de divisão de cabeça erguida e podendo olhar nos olhos quem quer que seja, a conseguirmos uma manutenção por caminhos obscuros e que de alguma forma nos pudessem envergonhar enquanto cidadãos.

DB: Houve algumas contratações que não corresponderam ao que esperava?

PP: É verdade que nem todas as contratações corresponderam às nossas expectativas mas não vamos apontar o dedo a ninguém, pois apesar das limitações já referidas, a realidade é que todas as contratações tiveram o aval da direcção e, neste pormenor decisivo, assumo que, nalguns casos, nos poderemos ter precipitado.

DB: Ainda existe a possibilidade matemática de o Barreirense ficar na Liga de Honra. Acredita que é possível?

PP: Não passa de matemática. A descida é inevitável e agora o fundamental é preparar o clube para enfrentar os desafios do futuro.

DB: Qual o futuro do Barreirense se a descida for uma realidade? Qual será a aposta da próxima época?

PP: Apesar de estarmos em fim de mandato, penso que, connosco ou com outros responsáveis, mas sempre com o presidente Manuel Lopes, o futuro próximo deverá passar acima de tudo por dotar o Clube das infra-estruturas necessárias quer à equipa sénior, quer às camadas jovens que, teremos que o assumir, deverão ser cada vez mais preponderantes no futebol do Barreirense, uma vez que, por um lado, temos jovens com muito valor e, por outro lado, a asfixia financeira que se vive assim o determina.

Isto não significa que a equipa sénior da próxima época não deva ter alguns profissionais que a possam dotar da necessária experiência e equilíbrio. De uma forma ou de outra, a nossa equipa será sempre competitiva pois o nome do Futebol Clube Barreirense a isso obriga e a nossa camisola terá que ser sempre respeitada.

 

In "www.diariodobarreiro.pt"