Reviravolta com mais coração que cabeça
Foi um jogo com duas partes distintas, uma onde o Silves jogou à vontade, sem pressões, sempre a trocar bem a bola no seu sector atacante e a criar boas ocasiões de golo, tendo aproveitado duas dessas situações, e a 2ª parte onde mostrou um Barreirense empenhado, lutador, pouco esclarecido é verdade, mas mais incisivo no último terço do terreno o que permitiu a reviravolta no marcador.
De facto, a 1ª parte foi um autêntico pesadelo para os alvi-rubros que se exceptuarmos o primeiro lance ofensivo do jogo através de um remate de Sandro, que o guarda-redes Diogo defendeu com dificuldade, não conseguiram ligar um único lance ofensivo. As explicações para tal facto não existem ao certo mas, na verdade, o Barreirense nunca jogou como equipa e, pior que isso, não mostrou atitude de quem tem uma missão pela frente até ao final do campeonato, a missão de defender com unhas e dentes a camisola deste clube, quase centenário.
Os jogadores do Silves faziam o que queriam. Bastava uma desmarcação para de imediato provocar desequilíbrios em qualquer zona do terreno. Não estranhou, portanto, que aos 11 minutos, os algarvios se adiantassem no marcador por intermédio de Nelson do Carmo após passe para as costas da defesa barreirense de Daniel.
Diga-se que um minuto antes, o mesmo Nelson do Carmo, já havia atirado uma bola à trave, desviada pelo guardião Diogo - hoje titular - após a marcação de um livre.
Seguiu-se um período onde Nuno Vieira dispôs de dois lances isolados que Diogo negou com categoria embora o 2º desses lances tenha sucedido devido a um erro do árbitro que viu a sua auxiliar de bandeirola no ar assinalando uma mão, clara, de um jogador algarvio mas, no entanto, acabou por ignorar o sinal da sua auxiliar, daí beneficiando o pequeno jogador do Silves para criar muito perigo.
No entanto, aos 34 minutos, o Silves voltaria mesmo a marcar. O lance nasce na direita do seu ataque onde a árbitro auxiliar não viu a "desmarcação demasiado desmarcada" de Daniel que só teve que endossar a Nelson do Carmo, no centro da área, para este fazer o seu 2º golo e o 2º dos algarvios.
Felizmente que o intervalo chegou rapidamente. O 2º tempo foi diferente, como já referimos, e porquê? Porque a vontade, a entrega, o espírito de luta e solidariedade foram outras. Não se sabe o que foi dito ao intervalo, no balneário, mas não foram palavras amigáveis concerteza. O certo é que resultou. O início da "remontada" teve lugar um minuto antes dos 10 desta 2ªparte numa arrancada de Brito que só parou no pé do capitão do Silves, Ricardo Sequeira, em plena grande área, num lance em que o sr. árbitro assinalou falta do defesa se bem que desse a entender que não o ia fazer. Na conversão, o mesmo Brito reduziu a desvantagem e fez aumentar a esperança alvi-rubra. O mais engraçado é que o sr. árbitro não deixou que os jogadores barreirenses levassem a bola para o grande círculo e encarregou-se, ele mesmo, de levá-la até ao local perante a incredibilidade geral. Hilariante.
Por esta altura, o Barreirense estava por cima do jogo e já incomodava mais vezes o último reduto algarvio que aos 67 minutos viu Brito fazer um passe em diagonal da esquerda para a direita do seu ataque onde Júlio, em fora-de-jogo, não chegou ao esférico aparecendo Patrick, nas suas costas, a dominar a bola e a seguir para a baliza isolado mas quando se apercebeu que a árbitro auxiliar tinha a bandeirola no ar parou o lance. No entanto, a partida não foi interrompida pelo árbitro principal interpretando o lance dizendo que Patrick não estaria em fora-de-jogo e sendo assim o nº 14 acabaria por continuar a jogada e entregar a Júlio que empataria a partida num golo muito semelhante ao 2º golo dos algarvios.
Pouco tempo passou até Brito voltar a entrar em cena num grande remate que Diogo (do Silves) defendeu de maneira vistosa e difícil, mas o melhor estava para acontecer aos 81 minutos num excelente passe do mesmo Brito para Júlio que isolou-o e colocou-o cara a cara com o guarda-redes contrário não perdoando e fazendo a cambalhota definitiva no marcador. Já no finalzinho da partida, Júlio quase fazia o Hat-trick mas, já perto da grande área, o seu remate apenas levou o caminho das malhas laterais.
Num jogo em que podia "cair" para qualquer dos lados, o Barreirense viu premiado o seu esforço na 2ªparte.
Quanto à arbitragem, já tínhamos ficado com uma má impressão num recente jogo, também aqui "em casa" frente ao Campinense, e agora voltámos a presenciar a mesma situação. Foi muito mau, voltaram a errar em momentos chave mas uma coisa é certa: ninguém se pode queixar pois errou para os dois lados.
Ficha do jogo:
Estádio: Do Brechão, em Sarilhos Pequenos
Tempo: Tarde de verão
Terreno de jogo: Razoável
Árbitro: Carlos Cordeiro (Lisboa)
Árbitros auxiliares: Bruno Pereira e Teresa Oliveira
Barreirense: Diogo Chaleira; André Silva, Mário, Mauro e Cansado; Sampaio (c), Sandro e Diogo Almeida (Júlio ao int.); Miguel (Guerra aos 69´), Filipe Muendo (Patrick ao int.) e Brito
Não jogaram: Valter, Rolo, Fabinho e Célio
Cartões Amarelos: Sampaio (13´) e Brito (71´)
Remates: 2+7 (9)
Cantos: 0+1 (1)
Golos: Brito (54´g.p.), Júlio (67´e 81´)
Treinador: Duka
Treinador-Adjunto: Carlos Fernandes
Silves: Diogo; Bruno Lança, Nilton, Ricardo Sequeira e João Teodoro; Vitor Quadros, João (Nelson Moutinho aos 74´) e Nelson do Carmo; Daniel (Luis aos 82´), Nuno Vieira e Miguel (Micha aos 27´)
Não jogaram: César, Batalha, André e Calú
Cartões amarelos: João (30´), Nuno Vieira (67´), Nelson Carmo (68´) e Nilton (73´)
Remates: 7+3 (10)
Cantos: 1+5 (6)
Golos: Nelson do Carmo (11´e 34´)
Treinador: Henrique Matias
Treinadores-adjuntos: Francisco Matos
Ao intervalo: 0-2
Final: 3-2
Filme do jogo:
3´- FCB - Brito escapa-se pela esquerda, cruza, a bola é aliviada pela defesa do Silves para a entrada da área onde aparece Sandro a rematar, com perigo, para a defesa de Diogo para a frente. A defesa volta a aliviar
10´- SFC - livre apontado por Nelson do Carmo em forma de cruzamento/remate com o guardião Diogo a defender para a barra
11´- Golo do Silves: 0-1 por Nelson do Carmo
15´- SFC - livre de Nelson do Carmo, desvio de cabeça de Daniel, para fora
16´- SFC - Nuno Vieira aparece isolado perante Diogo mas o nº1 barreirense defende de forma excelente
20´- SFC - trabalho de Nuno Vieira, na esquerda, a tirar Mário do caminho e perante o outro central, Mauro, remata para a defesa de Diogo
22´- SFC - Nuno Vieira, desmarcado por um companheiro, aparece novamente isolado mas Diogo volta a negar o golo ao avançado algarvio
27´- SFC - sai Miguel e entra Micha
34´- Golo do Silves: 0-2 por Nelson do Carmo
44´- FCB - livre apontado por Filipe Muendo, muito longe do alvo
Ao intervalo no FCB sairam Diogo Almeida e Filipe Muendo e entraram Júlio e Patrick, respectivamente
54´- Golo do Barreirense: 1-2 por Brito, de grande penalidade
56´- FCB - grande remate de Brito, defesa de Diogo
58´- FCB - canto apontado por Brito para o 2ºposte onde Mauro coloca no centro da pequena área onde ninguém consegue desviar para o golo
67´- FCB - Golo do Barreirense: 2-2 por Júlio.
69´- FCB - Miguel é substituído por Guerra
70´- SFC - remate de Nelson do Carmo para fora e sem perigo
74´- SFC - Nelson Moutinho no lugar de João
75´- FCB - livre frontal apontado por Brito, com muita força, grande defesa de Diogo para canto
78´- SFC - nova tentativa de Nelson do Carmo, de longe, fora do alvo
80´- FCB - iniciativa de Brito com o remate a sair ao lado da baliza de Diogo
81´- Golo do Barreirense: 3-2 por Júlio
82´- SFC - entra Luis para o lugar de Daniel
87´- SFC - livre de Nelson Moutinho, ao lado do poste direito de Diogo
90´+2´- FCB - corte da defesa alvi-rubra em balão, Guerra toca para Júlio que aparece em boa posição a rematar, com perigo, às malhas laterais
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