Quem facilita não merece vencer
Não resultaram as alterações que o técnico, Duka, colocou em campo para a 1ªjornada da fase de grupos da taça da A.F.Setúbal. Perante um adversário que apareceu motivado por defrontar um histórico do futebol português, nem a fraquinha arbitragem desculpa tudo o que se passou em campo pelo que algo terá que mudar na mentalidade da equipa.
Só os defesas Valter e André Cansado e o médio Cláudio resistiram às alterações da equipa habitualmente titular e isso reflectiu-se no rendimento da equipa.
De facto, os jogadores que entraram no onze não conseguiram agarrar a oportunidade e não conseguiram colocar em dúvida as ideias do treinador para o onze base. Nem tudo começou mal já que os primeiros movimentos ofensivos pertenceram aos alvi-rubros embora sem nenhum lance de perigo para a baliza contrária.
Passados os primeiros 10 minutos, o Paio Pires equilibrou e aos 13 minutos já a defesa barreirense passava por um calafrio, num pontapé de canto, mas ninguém da equipa da casa encontrou o melhor caminho para o golo. Chegou o minuto 17 quando Luis Pereira, supostamente (estávamos muito longe do lance) tocou com a mão na bola na qual o árbitro marcou falta à entrada da área. Só que os jogadores do Paio Pires queriam algo mais e ao rodearem o árbitro este foi apontando para a marca de grande penalidade sem que o árbitro auxiliar tenha dado qualquer indicação para tal, e logo ele, que estaria numa melhor posição para assinalar o local da falta. Pedro Teixeira aproveitou para inaugurar o marcador.
A equipa pouco ou nada fez para reagir ao golo e tirando dois cabeceamentos, um de Jardel para as mãos do guarda-redes e outro de Varela, por cima da baliza, o resultado ao intervalo só podia ser aquele.
Substituições não chegaram para emendar o erro
Aproveitando o facto de na taça poder-se fazer 5 substituições sendo que 2 delas terão que ser feitas ao intervalo, Duka colocou Amadu e Júlio nos lugares de Miguel Gomes e Jardel e a equipa melhorou ligeiramente. Pelo menos os resultados práticos foram outros já que aos 49 minutos, Júlio dominou com o peito e atrasou para o remate de Jorge Palma, de pé esquerdo, a não dar hipóteses de defesa ao guarda-redes da casa.
Mesmo assim, a equipa não conseguiu soltar-se como devia no ataque e viu João Carreira falhar o golo após cruzamento da esquerda, aos 58 minutos, para o Paio Pires, que no minuto seguinte viu, igualmente, o Barreirense estar perto do 1-2 não fosse o desvio de Júlio passar muito perto da baliza contrária após cruzamento, da direita, do acabadinho de entrar, Tatão.
Apesar de David Martins ainda ter ameaçado a baliza do Paio Pires num livre, a verdade é que a equipa da casa voltaria à mó de cima quando aos 74 minutos, Jorge Palma derrubou Fábio Silva na área barreirense e aí não ficou dúvidas, à que dizê-lo, na marcação da grande penalidade. Na transformação o ex-junior Rui Longo sentiu a pressão e permitiu a defesa a Carlos Soares. Pensava-se que seria a oportunidade para aniquilar o adversário mas o certo é que aconteceu exactamente o contrário já que 3 minutos depois, Edgar Mendes apareceu isolado na cara de Carlos Soares e fez o 2-1. De onde estávamos era impossível saber se estava em fora de jogo ou não mas o auxiliar, que estava contra o sol, não marcou um fora-de-jogo, durante a 2ªparte, e isso é um facto, pelo que não houve nenhum fora-de-jogo para assinar durante esse período, certamente...
Já passavam dos noventa minutos de jogo e quase que o Paio Pires fazia o 3ºgolo mas nem o desvio com...a mão de um jogador do Paio Pires para o golo (o árbitro não viu, claro), nem depois a recarga de Telmo Silva, às malhas laterais, conseguiram atingir o seu objectivo.
Em resumo, foi uma vitória justa do Paio Pires, que deu tudo o que tinha e não tinha embora os 10 minutos de descontos na 2ªparte demonstrem bem o anti-jogo da equipa da casa. O lance mais ridículo aconteceu quando, num cruzamento, o guarda-redes do Paio Pires se "lesionou gravemente" pedindo logo a substituição mas bastou um milagre do massagista do Paio Pires para regressar ao desafio sem problemas. De referir, igualmente, a experiência do capitão Luis Casacão que passou o jogo inteiro a "dar ordens" aos auxiliares. Num jogo fraquinho, o Barreirense ainda conseguiu ser pior que a arbitragem e isso penso que diz tudo. Quem não teve culpa foi a equipa da casa que soube aproveitar.
Ficha do jogo:
Campo: Vale D´Abelha, na aldeia de Paio Pires
Piso: Sintético
Árbitro: Mário Pereira
Árbitros auxiliares: André Santos e Fábio Andrade
Tempo: Muito sol e calor
Paio Pires: Ricardo Pereira; André Botelho, Luis Casacão (c), André Brites, Nélito, Telmo Silva, Pedro Teixeira (Fábio Silva aos 63´), Rui Longo, Ló (Edgar Mendes aos 70´) e João Carreira (Paulo Ramalho aos 90´)
Não jogaram: Ricardo Mira, João Lourenço, Rafael Ribeiro e Ivo Duarte
Treinador: Prof. João Amaral
Cartões Amarelos: Ló (59´), Pedro Teixeira (63´), Edgar Mendes (81´) e João Carreira (89´)
Golos: Pedro Teixeira (18´g.p.) e Edgar Mendes (70´)
Barreirense: Carlos Soares; André Cansado, Valter, Luis Pereira (David Martins aos 55´) e Miguel Gomes (Amadu ao int.); Jorge Palma, Cláudio e Pedro Pereira (Fábio Santos aos 71´); Rossano, Varela (Tatão aos 58´) e Jardel (Júlio ao int.)
Não jogaram: Geminy Sousa e Jorge Mendes
Treinador: Duka
Cartões Amarelos: Miguel Gomes (23´), Cláudio (45´+1´), Jorge Palma (73´), Carlos Soares (77´) e André Cansado (90´+5´)
Golo: Jorge Palma (49´)
Ao intervalo: 1-0
No final: 2-1
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