Uma equipa de Operários que teve a "estrelinha de campeão"
Grande
vitória. No jogo em atraso da 26ªjornada, que não se havia realizado
por a equipa do Barreirense não ter conseguido aterrar em S.Miguel, o
conjunto de Daúto Faquirá alcançou uma vitória importantíssima no
terreno do Operário e recuperou a liderança do campeonato com mais um
ponto que o Pinhalnovense, abrindo um fosso em relação ao
3ºclassificado, precisamente o Operário.
Foi realmente um jogo de emoções fortes, não tanto por ter sido um
muito bem jogado, mas acima de tudo pela incerteza de quem sairia
vencedor. Para esta incerteza muito contribuiu a arbitragem desastrada
do árbitro portuense Sérgio Pereira, que não ajudou em nada ao
espectáculo, prejudicando ambos os conjuntos.
Mas vamos por partes. Ambos os conjuntos optaram por sistemas tácticos
muito semelhantes, ou seja jogaram em 4x5x1 que se desdobrava em 4x3x3
quando investiam no ataque.
O Barreirense entrou algo cauteloso, oferecendo a iniciativa ao
adversário, que com Pintinho e Hugo Santos, jogadores muito rápidos
muito bem secundados pelo seu melhor jogador, Clemente.
No entanto, apenas em lances de bolas paradas, a equipa da casa ia
incomodando a defensiva barreirense, mas sem grande perigo.
O Barreirense, no seu tradicional jogo de pé para pé, não conseguia
surpreender o último reduto do Operário até porque o próprio relvado
não ajudava ambas as equipas.
Á passagem da meia hora de jogo e após alguns amarelos, surge como
protagonista quem menos o deveria ser, o árbitro Sérgio Pereira.
Paulo Vieira com duas faltas perfeitamente normais e uma delas até
feita no meio-campo adversário, viu em dois minutos, dois cartões
amarelos recebendo ordem de expulsão. Uma decisão muito rigorosa, que
prejudicou muito o resto do desafio.
O Barreirense teve que unir as tropas e apelando ao seu espírito
de sacrifício, passou por um mau bocado, nomeadamente logo a seguir á
expulsão.
O Operário teve então três boas oportunidades de golo em apenas cinco
minutos. Primeiro Clemente proporcionou a defesa da tarde a Paulo
Silva, depois foi a vez de Pintinho a não chegar a tempo a um
cruzamento e finalmente Alberto acabou por cabecear mal depois de
pensar que estava em fora de jogo.
A cinco minutos do intervalo, o
Barreirense beneficiou de um atraso de bola de um defesa açoriano para
o seu guarda-redes, mas Marco não conseguiu fazer o golo no marcação do
respectivo livre.
Veio a segunda parte e o Operário tinha que vir para cima tentando
aproveitar a vantagem numérica, e Clemente, após aproveitar uma
escorregadela de Vitinha teve uma boa situação, mas acabou por não
aproveitar. Na resposta, Moreno teve o golo nos pés para o Barreirense,
mas isolado não conseguiu desfeitear o guarda-redes Daniel permitindo a
defesa deste.
Aos 56 minutos, Daúto Faquirá tenta dar outra profundidade ao
contra-ataque colocando Moreira no lugar de Varela, enquanto que o
Operário reforçava ainda mais o meio-campo com a entrada de Nuno
Barroso para o lugar de Sidónio.
O Operário tentava por todos os meios furar a excelente organização
defensiva barreirense(aliás á 4 jogos que não sofre golos), tentando
jogar pelos flancos, mas os centrais Pedro Nunes e Sérgio Brás
estiveram impecáveis, muito bem acompanhados por Angel, muito difícil
de ser ultrapassado.
A arbitragem
continuava algo complicativa, continuando a mostrar amarelos a tudo o
que se mexia, e num dos lances dentro da área barreirense, Fábio Pires
protesta reclamando um penalty, mas o árbitro mostrou o cartão ao
jogador do Operário.
De vez em quando, o Barreirense ia conseguindo entrar na defensiva
contrário e num erro de Carlitos que se deixou antecipar por Moreira,
este só não conseguiu o golo porque o pé milagroso de Alberto tirou o
pão da boca ao avançado barreirense, desarmando-o no último instante.
Até que surgiu mais uma expulsão, desta vez de Pintinho, por protestos
o que perturbou e muito a equipa e o público da casa.
O Barreirense como que renasceu das cinzas, acreditou que era possível
chegar á vitória, e após quase 45 minutos em inferioridade numérica, e
também com um pouco da tão importante "estrelinha de campeão", chegou
ao golo por intermédio de Moreno, após uma excelente jogada entre
Vitinha, Moreira e o autor do golo, Moreno, que isolado fez o mais
fácil.
O treinador do Operário, Jorge Portela, arriscou tudo, colocando um
avançado, Gabriel, no lugar de um defesa, Fábio Pires, mas era o
Barreirense que dominava claramente o jogo, aproveitando o desnorte dos
açorianos. Por seu lado, Daúto Faquirá colocou o médio defesivo Mauro
no lugar de Saavedra, reforçando o sector intermediário e pouco depois
foi a vez de Marco Bicho entrar para o lugar do marcador do golo,
Moreno.
A cinco minutos do fim, mais uma decisão polémica. Clemente cai na área
e pede penalty mas o árbitro acaba por mostrar o segundo amarelo ao
talentoso jogador açoriano pelos protestos do mesmo. Os adeptos do
Operário protestaram muito mas a decisão estava tomada.
Até ao fim, o destaque vai para uma perdida de Angel que tentou o chapéu a Daniel mas a bola passou ao lado.
Vitória algo feliz do Barreirense, que após o sofrimento a que foi
obrigado, teve a cabeça fria para não se desunir e teve o mérito de
conseguir marcar numa altura crucial do desafio.
A arbitragem foi desastrosa. Após um primeiro tempo muito caseiro, uma segunda parte um pouco a compensar.
Nas cabines:
Jorge
Portela (treinador do Operário):
"O Operário defrontou, hoje, a Associação de Futebol de Setúbal.
Fomos muito melhores, durante todo o jogo, e eles que me perdoem mas o
Barreirense foi a pior equipa que passou aqui.
Nós fomos muitos prejudicados, o Angel fez 10 faltas algumas delas por
trás, o Clemente sofre penalty e leva o segundo amarelo, e assim é
muito difícil. Não chega ser a melhor equipa, não vale a pena dar as
condições aos jogadores e ter os ordenados em dia em Portugal.
Porque é que este jogo foi marcado para hoje, ninguém nos consultou, nem federação nem ninguém.
Se houvesse justiça éramos nós que subíamos e hoje fomos melhores, pois eles só
tiveram duas ou três ocasiões. É fácil ganhar jogos assim.
Nos jogos que realizámos com os dois primeiros, o Pinhalnovense mostrou muito melhor equipa.
Agora temos menos dois jogadores sem saber porquê, pois Infelizmente
não temos o poder de outras associações.
Não ganhámos porque não nos deixaram."
Daúto Faquirá (treinados do Barreirense):
"Em termos tácticos fomos sempre muito fortes e tranquilos, até porque
sabíamos o que íamos encontrar aqui, ou seja, um campo difícil
e um público que pressiona muito a equipa de arbitragem.
Aproveitámos o nervosismo deles e depois do golo tudo foi mais fácil, pois mostrámos a tal tranquilidade.
Este jogo merecia uma melhor arbitragem.
Nestes dois jogos(União da Madeira e Operário) conseguimos quatro
pontos, e se calhar muita gente não contava com isso, mas realmente a
equipa está mais homogénea.
Daqui para a frente todos os jogos são muito complicados, mas penso que temos condições para ser primeiros.
Eu anseio sempre o melhor para mim, mas neste momento estou focado
apenas no Barreirense e quero fazer subir esta equipa á IIªliga, como
tal o que vem escrito hoje num jornal diário a dizer que havia um
interesse do V.Setúbal em mim, só prejudica o José Rachão e o seu
trabalho. Não há nada com ninguém neste momento."
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