TÉCNICO EXPLICA COMBATIVIDADE DO BARREIRENSE
NO ANO de estreia no Campeonato da Liga
profissional, o Barreirense está a conseguir vincar a diferença, sendo
uma das equipas que mais corre, salta e luta na equilibrada competição.
Actual 11ª classificada da fase regular, a
turma do Barreiro continua na corrida para o "playoff". "Mas o
objectivo imediato é a manutenção na prova", frisa o técnico Francisco
Cabrita.
As estatísticas fornecem dados interessantes sobre o
conjunto da margem Sul do Tejo. O Barreirense é a equipa que mais
ressaltos ganha na LCB por jogo (média de 40,8), ocupa a quarta posição
no total de pontos marcados (a liderança é ocupada pela PT) e está na
terceira posição no "item" dos desarmes de lançamento, aspecto do jogo
em que impera o poste norte-americano Eric Clark, o melhor
"intimidador" da competição, com uma média de 3,1 desarmes de
lançamento.
Mas o que impressiona neste colectivo, mais do que a
analítica linguagem dos números, é a combatividade revelada em todos os
jogos. "Posso denominar o nosso estilo de jogo de 'run game', o qual
reflecte o espírito guerreiro que lhe está subjacente", salienta
Francisco Cabrita.
O timoneiro do Barreirense não regateia
encómios à atitude ostentada em campo pelos seus pupilos. "Estamos a
corresponder às expectativas, pois queremos dar espectáculo às pessoas.
O que mais me tem impressionado nos jogadores é a forma rápida como
absorveram esta cultura de jogo. No passado também se jogava assim no
Barreirense e é notável que tenhamos conseguido transmitir esta
mensagem para um plantel constituído por novos basquetebolistas",
refere.
Ainda sobre as características dos elementos que compõem
o grupo de trabalho, Cabrita sustenta: "Conseguimos recuperar para o
'top' do basquetebol luso um jogador como o Gerson Monteiro, que andava
algo perdido na I Divisão, e contamos com a importante experiência e
liderança de um veterano como o Laverne Evans, uma das pedras mais
influentes do nosso colectivo."
O treinador do Barreirense
considera que o plantel ainda não está fechado, mas não pretende
contratar nenhuma estrela. "Falta-nos mais um poste, mas quero um
jogador que se coadune com as características da nossa equipa."
A
integração na LCB não afectou aquela que tem sido uma das melhores
escolas de formação do basquetebol luso. "Esta época já fomos campeões
regionais de juniores A e B e temos alguns jogadores com potencial para
integrarem, num futuro próximo, a equipa principal. Movimentamos mais
de 200 jogadores nos escalões de formação, sector que continua a ser
primordial no Barreirense", conclui.
Projecto tem futuro
Ao
invés do que ocorreu com formações como a Física de Torres Vedras,
Montijo e Imortal de Albufeira, as quais protagonizaram, num passado
recente, uma passagem efémera pela Liga profissional - onde, para além
do insucesso desportivo, deixaram um rasto de dívidas e problemas -, o
Barreirense está a construir um projecto sólido, o qual objectiva,
inclusivamente, atingir o 'top' da prova dentro de poucos anos.
"Este
projecto iniciou-se há três temporadas e baseia-se num grupo coeso e
que trabalha junto há muito tempo", refere José Tenório, director do
basquetebol profissional do Barreirense, conjunto com larga tradição na
modalidade.
"O objectivo traçado para esta época aponta
exclusivamente para a manutenção. Queremos dar passos seguros, porque
este projecto tem futuro. O Barreirense é um clube com grande historial
e tradição, apoiado por gente que entende e gosta de basquetebol",
prossegue o director da turma do Barreiro.
Com um orçamento de
80 mil contos, o Barreirense está a preparar o futuro. "Já estamos a
trabalhar para a próxima época", diz José Tenório, dirigente que, a
médio prazo, avança com a ideia da constituição de uma Sociedade
Anónima Desportiva. "A formação de uma SAD está nos nossos horizontes.
Mas teremos de encontrar bons parceiros estratégicos."
In "Record Online"
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