Depois de alguma incerteza quanto à sua continuidade na presidência do Barreirense e volvidos oito anos sobre o seu primeiro mandato como presidente, Manuel Lopes falou ao Diário do Barreiro, depois da tomada de posse, dando a conhecer alguns projectos da nova direcção e explicando o porquê de uma nova candidatura.
Diário Barreiro - Com que objectivos começa mais um mandato?
Manuel Lopes - O objectivo é o mesmo de sempre, dar continuidade a este trabalho que já dura há oito anos, há que manter o clube com a postura e a dignidade que tem tido até aqui e ter boas épocas desportivas. Felizmente, a época passada tivemos uma boa época desportiva, e tentar, realmente, criar condições para que o Barreiro e o Barreirense possam dar um passo seguro em frente. Noutros patamares e a longo prazo, pois as coisas não se fazem de um dia para o outro, há que dignificar a cidade do Barreiro, o que também é importante.
DB - O presidente tem reclamado a falta de apoios. O que o levou a reconduzir-se a mais um mandato? Tem mais apoios?
ML - Não houve qualquer alteração nesse aspecto. O que realmente me levou a candidatar foi também o vazio directivo, levou-me a reconsiderar. Existia um vazio e esta era a quarta assembleia em que podiam surgir outras listas no clube. É lógico que ao longo destes anos fizemos um grande esforço para manter o Barreirense de pé, havia a certeza que o Barreirense pudesse entrar num descalabro, pondo-se em causa todo o esforço que foi realizado. Acima de tudo isso, havia a esperança de que, realmente, as coisas, a nível do nosso país, melhorem, para que o povo possa ter melhores condições. Claro que, da parte da Câmara Municipal do Barreiro, esperamos que as intenções de boa vontade se concretizem, para que o Barreirense possa dar a volta por cima.
DB - O que pensa destes novos elementos que foram para a secção de basquetebol?
ML - Espero que, acima de tudo, eles dignifiquem o nome do Barreirense, mantenham a postura que nós temos tido ao longo destes anos, mantenham o nome do Barreiro o mais alto possível e que trabalhem também muito, pois têm muito trabalho pela frente. Espero que consigam o que todos ambicionamos para o basquetebol do Barreirense, são pessoas motivadas e não tenho qualquer dúvida que vão lutar pelo melhor, para o Barreirense e para a secção do basquetebol.
DB - A equipa de futebol começou na passada segunda-feira os treinos, com que objectivos para a nova época?
ML - Os objectivos são fazer um campeonato tranquilo e nada mais. Temos uma zona sul mais competitiva, há equipas que vão fazer uma aposta forte para a subida, o Barreirense está de fora dessa corrida, está de uma forma tranquila, vamos apostar em fazer uma época em que podemos dar algumas alegrias aos sócios e pensar ganhar jogo a jogo, mais nada.
DB - A direcção tem feito um esforço financeiro para o reforço deste plantel.
ML - É evidente. Nós fizemos um esforço financeiro grande, pois o clube está ainda acima das suas possibilidades, a nossa equipa técnica, na época passada, fez um excelente trabalho, quis continuar no clube e dissemos as dificuldades que atravessávamos. Foram-lhes apresentados projectos de subida de divisão e sabemos que foram recusados. As pessoas gostam de estar no Barreirense, pois somos um grande nome no panorama do desporto nacional e isso foi um factor que pesou na decisão.
DB - O orçamento foi reduzido devido à quebra das receitas. Qual é o orçamento do Barreirense para esta época?
ML - O orçamento para a equipa deste ano são 200 mil euros. Houve uma redução que deverá ser aquela que seria necessária, mas não a necessária. Vamos ter um pouco de fé, que as coisas melhorem, que os sócios também acompanhem a equipa e vão aos jogos apoiar, para construir um elo que se criou a época passada e que isso seja um factor para bons resultados desportivos.
DB - No futebol juvenil, vai manter todos os escalões?
ML - Em princípio, vão-se manter todos os escalões, à partida vamos manter toda a formação. Vamos tentar dar o apoio possível, dentro daquelas que são as possibilidades do clube.
DB - A Câmara Municipal do Barreiro mostrou-se sensibilizada para dar os apoios necessários?
ML - Não, no aspecto financeiro, a nossa Câmara também atravessa muitas dificuldades e, apesar da nossa insistência, não conseguimos, nesse aspecto, obter mais apoio, infelizmente. Se as condições não melhorarem, a própria autarquia terá, certamente, todo o gosto em nos apoiar mais. Vamos é pedir para que as soluções do clube sejam resolvidas realmente, para que se resolvam as coisas de uma vez por todas, para não andar todos os anos junto da autarquia a pedir mais e mais, queremos é terminar, realmente, os nossos projectos.
DB - Falou no património que o clube tem. O que é que neste mandato vai fazer, vai tentar aumentar mais o património que o clube tem?
ML - Neste momento, o Barreirense tem a Verderena e o Campo D. Manuel de Mello, são espaços urbanos, temos estudos já feitos para a Verderena e vamos apresentá-los na Câmara, provavelmente dentro de oito ou quinze dias. São várias infra-estruturas, entre elas um campo futebol onze, dois campos futebol sete, dois pavilhões, cobertos para o basquetebol, eventualmente, um deles para a prática de futsal. Temos também previsto um ATL, um ginásio e dois lotes para a comercialização. Pretendemos dar uma área comercial para venda desses terrenos e estamos a pensar também deslocar a bomba gasolina para aquela área da Verderena, uma vez que se abre essa possibilidade, para também resolver os problemas que foram levantados quanto ao local que estava escolhido anteriormente.
DB - Este projecto está envolvido no programa Polis?
ML - Sim, o espaço da Verderena é contíguo ao Polis, aliás, há alguma área de terreno que vai ser conquistada ao rio e que vai ficar integrada no complexo desportivo do Barreirense e, no próprio Polis, está previsto haver dois campos de espaços livres para a população e grupos de amigos, mas é um espaço privado como é lógico.
DB - Quando este espaço estiver concluído, o D. Manuel de Mello será então aproveitado para fazer aí uma zona de urbanização?
ML - Sim, essa perspectiva está sempre em aberto, mas é uma perspectiva que se encontra um pouco dependente de parceiros ou da Câmara Municipal do Barreiro, ou de que o próprio Grupo Desportivo Fabril nos conceda entrada no seu complexo desportivo. São situações em que já houve uma certa urgência, dado que, no ano passado, havia a possibilidade da subida à Divisão Honra. Mas, neste momento, penso que haverá mais tempo para ponderar e a Câmara se envolver numa solução. Essa solução ingeriria outro espaço para o Barreirense, para além da Verderena, uma vez que o Barreirense precisa de um espaço de treino. O ideal seriam dois espaços, pois temos equipas de juniores que este ano jogam no D. Manuel Mello e cada vez a situação é mais complexa a nível de infra-estruturas. Estas são poucas, o que torna muito urgente que sejam resolvidos estes problemas, mas é uma situação que nós estamos atentos, todos os dias pensamos nela.
DB - Se necessário, pensa que podem voltar ao Campo do Brechão, em Sarilhos Pequenos?
ML
- Os juvenis ainda não são obrigados a jogar em
relvado, mas os juniores têm de jogar em relvado,
provavelmente algumas vezes jogarão no D. Manuel de
Mello, outras no Campo do 1º Maio de Sarilhos e, porque não,
no do Desportivo Fabril.
In "Diariodobarreiro Online"
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