Diário de um adepto na ilha de S.Miguel

Ponta Delgada, Açores. Domingo de sol e pouco vento, contrastando com o temporal da véspera. Hora de verão. Um novo despertar com os ponteiros do relógio a ficarem tontos de tantos acertos.

9 da matina, e depois de um pequeno almoço reforçado, lá fui mais 3 companheiros de viagem na nossa "capoeira" de 4 rodas, ao encontro das maravilhas da natureza daquela ilha linda. O dia estava convidativo.

O nosso destino primordial era a Lagoa das 7 cidades, com uma vista deslumbrante, mesmo de cortar a respiração. Deu para conhecer mais locais da ilha e comprar alguns "recuerdos". Afinal tínhamos de aproveitar a bonança dada pelo S.Pedro.

Depois de muito andar pelas sinuosas estradas locais, entre verde luminoso e um azul de perder de vista era chegada a hora de "abastecer o depósito", que o estômago já dava horas.

Perto da uma da tarde chegámos a Ponta Delgada, com um sol radioso e quente. Estacionámos o nosso "ferrari" na marginal e fomos repor os níveis. O almoço correu bem, durante o qual um nosso amigo nos ligava do continente a perguntar como corria o jogo. Eram 2 e meia nos Açores, 3 e meia no continente. A partida só começava às 4. Que confusão!

Paragem no hotel, antes da partida para o estádio que não era longe. Cachecóis ao ombro, uma esperança que não finda na mente e lá embarcámos rumo ao estádio de São Miguel, campo do Santa Clara, onde as gentes locais já assentavam arraiais, junto das relotes. Tempo ainda para um foto de grupo (incompleto) antes da partida. Até o porteiro ficou espantado por ver adeptos do Barreirense lá. Apenas o Leixões tinha levado apoiantes aos Açores. É o amor ao clube, disse...

O jogo começava e o Barreirense como que empurrado pelo tambor e pelas vozes dos adeptos camarros até criou lances de perigo, mas na altura de finalizar a coisa não dava certo... Na 2ª parte, o filme foi quase igual, com a diferença da concretização açoreana, uma equipa experiente que não desperdiçou as oportunidades que teve. E assim ficou o resultado, mas pior do que isso, foi o virar de costas aos adeptos da equipa. Foi como se a "alta altitude" da ilha os tivesse afectado. E nós que lá estivémos a puxar por eles... Estavam tristes, nós também. Se calhar, ainda mais.

A moral das tropas barreirenses estava em baixo e o resto do dia foi passado na cidade ainda a digerir o "vendaval". Era noite cerrada e a ilha já dormia. Era tempo de regressar. Fica a boa recordação da afabilidade do povo açoreano e das suas lindas paisagens. Bem-hajam. Um dia, quem sabe, aí voltarei. Já guardei os remos.

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