"Quero levar o Barreirense à subida de divisão e, se possível, à SuperLiga"

Monzelo, o "Guerreiro", como começa a ser conhecido no mundo futebolístico - não só pelo seu look, mas também pela sua força em campo - é o espelho da ambição e da garra barreirense que, vitória após vitória, começa a pensar em voos mais altos (leia-se subida de divisão). Com seis anos de Barreirense, o capitão, não pensa em sair, mas sim em levar a "sua" equipa ao patamar mais alto do futebol português.

Diário do Barreiro - Que diferenças existem entre o Barreirense de Faquirá e o de Rachão?

Monzelo - A principal diferença reside nos métodos de trabalho, pois tanto no ano passado como neste ano tínhamos um bom grupo de trabalho. O mister Faquirá é mais novo e tem uma outra maneira de estar no futebol, logo tem outra filosofia de jogo.

DB - O seu novo look, semelhante ao de um guerreiro medieval, transmite o que é realmente o seu pensamento dentro de campo, ou seja, o de um lutador?

M - Penso que guerreiro não seja o termo mais apropriado, pelo menos não penso assim. Há seis anos que estou no clube e é normal que sinta o peso da camisola. Apenas tento transmitir a minha força aos meus colegas que chegaram aqui há pouco tempo.

DB - Como está a reagir o balneário à possibilidade de subida de divisão, bem como à euforia dos adeptos com vista a essa realidade?

M - Estamos muito contentes e a reagir de forma muito positiva. É muito gratificante ver o nosso público nos estádios que não o nosso, como aconteceu na Amora e Vendas Novas. Esperamos que venham cada vez mais ao Estádio apoiar-nos, mas penso que ainda existem pessoas que não acreditam em nós, precisam de um incentivo para tal.

DB - A falange de apoio que vos tem acompanhado tem sido o vosso 12º jogador?

M - Sem dúvida. Desde que cá cheguei que me lembro do fervor com que os adeptos vivem os nossos jogos. Eles têm dado uma força muito importante.

DB - Tem a noção de que já é um símbolo do clube, dado ser o capitão de equipa e já estar há seis anos no Barreiro?

M - É muito bom ouvir isso. Não sei se sou um símbolo ou não, mas tenho consciência de que sou reconhecido na rua, pois já cá estou há algum tempo. O facto de ser capitão é das coisas que mais me orgulho. Adoro sê-lo e sei que tenho as capacidades para ocupar esta posição dentro do grupo.

DB - Como jogador, por onde passam os seus objectivos?

M - Muito sinceramente e sem hipocrisias, gostava muito de subir com o Barreirense para a II Liga e, quem sabe, para a SuperLiga. Não me passa pela cabeça sair do clube.

DB - Durante estes seis anos, qual foi a proposta mais aliciante que recebeu?

M - Foi a do Campomaiorense. Estava eu na minha terceira época cá, quando recebi o convite para ir jogar para o Alentejo. Na altura, estava muito eufórico, porque pensava ser a oportunidade da minha vida. Mas depois, o Campomaiorense acabou e eu pensei que se calhar seia algo a dizer-me para aqui ficar. O que é certo é que, no ano seguinte, tornei-me capitão e tem sido sempre a subir.

DB - Se, porventura, a direcção vier dizer ao grupo que o objectivo não é subir, como é que reagirão?

M - Ainda não pensei nisso. Mas também não quero fazê-lo. Sei que não reagiríamos da melhor forma. Sei dos gastos acrescidos que a II Liga traz, mas sei que o Barreiro faria de tudo para não deixar fugir esta oportunidade.

DB - O que pensa de uma fusão Barreirense/Fabril?

M - São dois rivais e, a vir a acontecer, penso que não seria fácil de encarar pelos sócios mais velhos de cada clube. È um assunto complicado. Mas tenho a certeza que seria benéfico para ambos.

DB - E jogar no Alfredo da Silva?

M - Pessoalmente, iria custar-me. Para mim, este campo já tem mística, a nossa mística. Seria difícil, pelo menos ao princípio.

DB - Que repto gostaria de deixar aos sócios e adeptos?

M - Espero que nos continuem a apoiar e que acreditem em nós, tal como nós acreditamos neles. Eles têm sido muito importantes e se estivermos todos juntos, chegaremos o mais longe possível.

 

In "Diario do Barreiro Online"