Nas vésperas do embate caseiro contra o Santa Clara, o colectivo da página não oficial foi ter com um dos símbolos do clube nestes últimos anos, o guardião Paulo Silva, que numa grande entrevista, confessou-nos algumas das suas ideias e referiu-nos o carinho que tem pelo clube da sua terra.
Site - Quais as expectativas para esta
época, colectivas e individuais?
Paulo Silva - As
expectativas são aquelas que todo o
jogador espera quando chega à divisão de honra,
principalmente num clube recentemente promovido a esta divisão,
que é a manutenção, isto colectivamente.
Individualmente, quero estar a jogar e ajudar a equipa para se manter
nesta mesma divisão de honra, pelo menos para já.
Site
- Quais as diferenças entre o Barreirense de Rui Bento e o de
Faquirá?
P.S. - As diferenças estarão na
alteração do grupo de jogadores, pois saíram e
entraram bastantes jogadores, até porque Faquirá teve a
mesma equipa praticamente durante dois anos, o que deu para construir
para a 2ª época uma equipa que alcançou o feito da
subida de divisão, enquanto que Rui Bento tem uma equipa em
construção e como tal, leva algum tempo a formar um
modelo de jogo e consequentemente as vitórias, que ainda não
chegaram.
Site - Qual o treinador que te marcou mais?
P.S.
- Os treinadores todos marcam, uns mais pela positiva outros mais
pela negativa, mas não posso dizer que tenha tido um treinador
que me tenha marcado mais porque todos me ensinaram, todos me
ajudaram a evoluir à sua maneira, como tal, posso dizer que
estão todos no mesmo patamar.
Site - O que representa,
para um natural do Barreiro, representar o clube da sua terra, um dos
históricos do nosso futebol?
P.S. - Para mim é
muito importante, até porque tenho uma história em que
já era para vir para o Barreiro há muitos anos, mais
precisamente no meu 2º ano de sénior, tinha eu os meus 19
anos, e fui sondado pelo Barreirense, só que acabou por não
se concretizar. Mas como natural do Barreiro e que acaba por mais
tarde representar este clube, vejo com grande orgulho e satisfação.
Site - O Barreirense apresenta um dos plantéis mais
jovens dos campeonatos nacionais. Qual o papel que pode ter um
jogador com a tua experiência?
P.S. - Um jogador com a
minha experiência naturalmente pode ajudar um jogador mais
jovem para que se sinta melhor, que consiga aproveitar alguns
conselhos, ganhar alguma maturidade, para assim evoluir.
Site
- Achas que o Barreirense está bem servido de guarda-redes?
P.S. - (risos) Sem dúvida, está, esteve e há-de
estar, porque actualmente posso dizer que Paulo Silva é um bom
guarda-redes e Pedro Cardoso é igualmente um bom guarda-redes,
com um grande futuro pela frente.
Site - Como analisas o
trabalho do teu colega de baliza, Pedro Cardoso?
P.S. - Como
pessoa só tenho a dizer bem, porque nas duas épocas que
estou com ele não tenho nada a apontar, como atleta é
excelente, é um rapaz humilde, trabalhador e com muita vontade
em aprender, o que é muito importante com a idade dele, e se
tiver a sorte que muitos têm no futebol, prevejo um grande
futuro.
Site - Como tem sido, nos últimos anos, o
comportamento dos adeptos do Barreirense no apoio à equipa?
P.S. - Eu costumo dizer que é difícil lidar com os
adeptos do Barreiro, porque os adeptos do Barreirense exigem, se bem
que estão no direito deles claro, e eu, considero muito boa a
forma como se exprimem dentro dos estádio e fora deles, na
maneira como por vezes criticam, como conversam, como perguntam,
enfim, acho que é muito bom e acho que deve ser das poucas
cidades em Portugal que tem adeptos assim tão rigorosos.
Site - Os jogadores sentem esse apoio?
P.S. - Sentem,
sentem esse apoio e fala-se nisso, tanto no incentivo como na
crítica, isso é normal, pois os jogadores que estão
dentro do campo também os ouvem, e isso fala-se normalmente ao
jogador que chega no inicio da época
e principalmente naqueles jogos que não correm tão bem
à equipa, normalmente comentamos uns com os outros que o
adepto do Barreirense não é um adepto fácil de
contentar.
Site - O que pensas da venda do D.Manuel de Mello
e do projecto do novo complexo desportivo? Achas que estava em causa
o futuro do clube?
P.S. - Eu penso que não, até por
aquilo que sei, do final da época passada, considero que é
um projecto aliciante que poderá trazer um melhor futuro ao
futebol de formação do Barreirense, e como vivemos num
mundo em constante mudança, até pelas alterações
motivadas pela organização do Euro 2004, penso que o
Barreirense está aproveitar também essa alteração,
embora só o futuro o dirá se será bom ou mau,
mas na minha opinião penso que vai ser uma mais valia para a
cidade do Barreiro.
Site - Gostavas de jogar no futuro
estádio?
P.S. - Gostava, gostava até porque tenho
34 anos, sei que tenho capacidade para fazer mais algumas épocas,
mas também sei que os jogadores passam e o clube fica, mas
estou a cumprir a minha 4ª época no Barreirense e vai-se
ganhando um carinho, uma amizade com as pessoas, vamos tendo um
estímulo maior pelo emblema e como tal, se pudesse,
gostaria de jogar no novo estádio.
Site - Já alguma vez pensaste no final da tua
carreira?
P.S. - Não, porque como já havia referido
sinto-me capaz de fazer mais algumas épocas, não sei
quantas, até porque o dia de amanhã ninguém sabe
o que pode acontecer, já que no futebol num momento estamos
bem, mas de um momento para o outro estamos mal, é
imprevisível.
Site - Gostavas de acabar a carreira no
Barreirense?
P.S. - Possivelmente, já que não vou
ser hipócrita afirmando que estou à espera de grandes
voos nesta altura da minha carreira, porque não estou, e já
ganhei um grande carinho pelo clube. Gosto muito de trabalhar no
Barreirense porque trabalho com pessoas muito sérias, o que
para mim é muito importante e fundamental dentro de um clube,
sendo assim, se pudesse gostaria de acabar
no Barreirense.
Site - Qual foi o momento desportivo mais
importante da tua carreira futebolística?
P.S. - A minha
carreira futebolística nunca foi muito boa, se assim se pode
dizer, joguei nos clubes que joguei, joguei nas divisões que
joguei, mas posso dizer que tenho as subidas de divisão do
Seixal e a subida do ano passado pelo Barreirense, que foi sem dúvida
o ponto mais alto da minha carreira.
O colectivo deseja as
maiores felicidades ao nosso Paulo Silva.
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