Castigo demasiado pesado
Depois
de um jogo bem conseguido em Ponte de Sôr, o Barreirense voltou
a ter muitas dificuldades no seu jogo em casa.
Paulo Torres
apostou na entrada de Miguel (fez um jogão no último
desafio) em detrimento de Nelson Moutinho e
na troca de guarda-redes. João foi o escolhido.
Esperava-se
que a equipa podesse corresponder à
subida de produção demonstrada no Alentejo, mas a
verdade é que a pressão da 1ªvitória
impediu um maior discernimento, agravado por uma desinspiração
a todos os níveis.
Sem conseguir
impor o seu futebol, o Barreirense lutou
muito, entregou-se, suou, mas não teve talento para conseguir
o golo que lhe podesse transmitir uma maior tranquilidade.
Mesmo
assim, a melhor oportunidade da 1ªparte teve como protagonista
António Alves, que aos 24 minutos, foi servido por Sandro, e
perante o guarda-redes Wilson, fez-lhe um chapéu que só
não deu em golo porque Marco cortou sobre a linha fatal.
O
Imortal tentou, acima de tudo, jogar com a intranquilidade alheia,
tentando, sempre que possível, subir até à área
contrária, como aconteceu aos 34 minutos por Moutinho e quatro
minutos depois pelo ex-Barreirense Baltazar. A nota menos positiva
dos algarvios vai mesmo para as constantes queimas de tempo por
entrada da equipa médica em campo, algo que teve toda a
colaboração do árbitro da partida.
Para a
2ªparte, poderia-se esperar um maior assédio alvi-rubro
às redes algarvias, mas o certo é que com o passar do
tempo, os nervos iam aumentando, a insegurança subia, e o
Imortal ia conseguindo fazer o seu jogo tentando aproveitar algum
erro defensivo contrário.
Miguel Paixão conseguiu
agitar, momentaneamente, as serenas águas
algarvias, mas foi por pouco tempo, já que a pouco e pouco foi
perdendo o gás.
Entrou-se na parte decisiva do encontro e
a expulsão de Jacaré, por acumulação de
amarelos trouxe um novo ânimo à equipa e o Barreirense
teve então duas boas situações por Bruno Costa
primeiro e depois Nelson Moutinho, mas estava escrito que não
seria ainda hoje que se alcansaria a
primeira vitória no campeonato.
Com os quatro minutos de
descontos já superados em mais três minutos, Moutinho,
do Imortal, aproveita uma falha defensiva alvi-rubra e marca o
inesperado golo da vitória. O atleta nem quis acreditar no que
havia feito, tal como toda a equipa algarvia que jamais pensaram sair
do Barreiro com 1 ponto, quanto mais com os três.
Ficha do Jogo:
Estádio – D Manuel de Mello – Barreiro
Árbitro - Nuno Silva (Lisboa)
Assistentes – Paulo Ribeiro e Paulo Lourenço
Barreirense – João; Luís Pina, Miguel Gama, Canoa (Nelson Moutinho 70´), Bruno Costa, Marinho, Miguel, Carioca, Carlitos (Miguel Paixão 70´), Sandro (Tó Mané 76´), António Alves.
Não jogaram – Hugo Alves; Rolo, Luís Esteves, e André Silva
Treinador – Paulo Torres
Disciplina – amarelos, Canoa (42´), Bruno Costa (75´), Luís Pina (90´) e Carioca (90 + 1´)
Cantos - 8
Remates - 8
Imortal Albufeira – Wilson; Baltazar, Marco, Peixinho, Osório (Bobo 83´), Madureira (João Vivente 67´), Mota, Barrigana (João Antunes 25´), Jacaré, Ploca e Moutinho.
Não jogaram – Diogo, Óscar, Ramon e Vinhais.
Treinador - José Fernandes
Marcador – Moutinho (90 + 6´)
Disciplina – amarelos , Jacaré (35´e 82´), Wilson (52´), João Vicente (72´), Peixinho (89´), Moutinho (96´) e Marco (96´)
Vermelho – Jacaré (82´)
Cantos - 4
Remates - 7
Intervalo: 0-0
Final: 0-1
Filme
do jogo:
2´- remate na lateral da área, por
intermédio de Carlitos, com a bola a
sair por cima
3´- livre de Osório
para defesa fácil de João
8´- canto de Pina,
Sandro, no 2ªposte, remata cruzado com Baltazar a sacudir para
canto
11´- nova tentativa de Osório mas por cima da
barra
24´- excelente jogada do Barreirense com Sandro a
desmarcar António Alves e este a fazer o chapéu a
Wilson, tendo a bola sido cortado em cima do risco de golo por Marco
34´- canto para o Imortal, João soca a bola para a
entrada da área e para o remate perigoso de Moutinho ao lado
38´- novo canto para o Imortal com Baltazar a desviar, de
cabeça, ligeiramente por cima
39´- canto de Pina e
Sandro a cabecear ao lado
41´- remate de Maquemba à
figura de João
51´- remate forte de António
Alves, à entrada da área, para defesa apertada de
Wilson
57´- Carlitos substituído
por Miguel Paixão
69´- cruzamento de Moutinho
(Imortal) e ninguém surge para o desvio
70´- Canoa
substituídos por Nelson Moutinho
76´- Sandro substituído por Tó Mané
81´- expulsão de Jacaré (acumulação
de amarelos)
87´- bom remate de Marinho, agarra Wilson
89´- cruzamento de Pina e cabeça de Bruno Costa para
a defesa ao ângulo de Wilson
90´+4´- muita
confusão na área do Imortal e remate de Nelson Moutinho
para uma defesa difícil de Wilson
90´+7´- Golo 0-1 (Moutinho)
Nas cabines:
Paulo Torres (treinador do F.C.Barreirense):
"
Foi um
resultado demasiado falso.
Entrámos ansiosos, queríamos
marcar um golo o mais rápido possível, acabámos
por não fazer um jogo bonito, isto apesar de ter as
oportunidades mais claras, acabando por sofrer este golo no fim que é
demasiado severo.
O futebol é isto mesmo.
O
Barreirense é um clube com estatuto, um clube enorme, com uma
massa associativa exigente e construí um plantel dentro da
realidade do clube, mas temos que ver que vieram 18 jogadores novos e
não é fácil.
Quero dizer que não
estou agarrado à cadeira, como alguns treinadores e por isso
mesmo coloquei o meu lugar à disposição.
Quero
afirmar que estou rodeado de pessoas que sempre me ajudaram entre os
quais o Rui Pedro que me ajudou muito, e a direcção que
tem um homem com h grande na presidência, um homem que sabe as
minhas ideias."
Sandro (avançado do
F.C.Barreirense):
"Não há palavras para o que
nos está a acontecer.
Não estamos habituado a isto
aqui no Barreirense.
Temos assimilado as ideias do treinador mas
nós, dentro do campo, é que temos que ver o que está
errado.
Isto tudo é péssimo."
José
Fernandes (treinador do Imortal):
"Estávamos à
espera de um barreirense forte, mesmo não estando a realizar
um campeonato compatível com o seu valor.
Tínhamos
como intenção fechar as laterais, pois o Barreirense
tem jogadores muito fortes nessa posição que servem
muito bem o Sandro e o António Alves, mas também
sabíamos que eles estavam sobre pressão.
Sofremos
muito mas quando pensávamos que levaríamos um ponto,
acabámos por ter a sorte toda deste mundo."
Fotos do jogo >>>
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