Período Natalício fez mal
O Barreirense entrou com o pé esquerdo no novo ano. Uma derrota, por 1-0, perante o último classificado do campeonato, foi o melhor que a equipa de Duke conseguiu, num desafio onde todos os resultados foram passíveis de acontecer, desde o empate, à vitória alvi-rubra, e até com goleada não fosse o desperdício junto da baliza do União Santiago principalmente na última meia-hora.
Já se sabe que, por muito que os treinadores avisem os seus jogadores do perigo deste tipo de jogos, a tendência é sempre para facilitar um pouco, ou seja, o jogo é com o último, mais minuto menos minuto chegamos ao golo e pronto, resolve-se a coisa...foi exactamente isso que aconteceu...mas deu ao contrário. Nem a falta de um ponta-de-lança de raiz no onze inicial explica a sobranceria com que a equipa actuou a primeira meia-hora do desafio jogando um futebol muito lento e denunciado, fácil para qualquer equipa minimamente bem posicionada no relvado. Faltou motivação para resolver um jogo que deveria ter sido resolvido desde o primeiro minuto e que se complicou, demasiado, a partir dos 29 minutos, momento em que Romão encontrou espaço na meia-direita do seu ataque e rematou, cruzado, para o golo da equipa da casa.
Suou, finalmente, o alarme e a equipa quis responder de imediato ao inesperado rumo que o jogo agora levava mas alguma precipitação só levou a que, quatro minutos depois, o balanceamento ofensivo da equipa e uma falha de Sampaio, colocasse a bola nos pés de Romão que, desmarcado, deu para Filipe Pires rematar para a defesa de tarde de José Carlos.
A partir desse momento, o jogo só teve o sentido da baliza do União Santiago. Começou a jogar-se num diminuto espaço de terreno com 21 jogadores numa das metades do relvado. Com o estado do mesmo a deteriorar-se à medida que o tempo de jogo avançava, os alvi-rubros aumentaram o ritmo de jogo e isso fez com que o último reduto caseiro estivesse em perigo por três vezes mas nem o livre de João Nuno, aos 35 minutos, nem uma falha, incrível, de André Silva, aos 37 minutos, e nem Vasco Campos, aos 44 minutos, após remate à queima que bateu na molhada, foram suficientes para, pelo menos, a equipa chegasse ao empate, ainda, antes do intervalo.
Tudo ao molhe e fé em Deus
Duka apostou em Valdo e Rossano no reatamento e, aos 61 minutos, em Varela, ou seja, colocou a carne toda no assador mas o facto é que as coisas não melhoravam. Alugava-se meio-campo e não fosse um livre de Romão, aos 57 minutos, que José Carlos defendeu fácil, e o guardião do Barreirense nem precisava de ter subido ao relvado na 2ªparte. Umas vezes por boas acções ofensivas, outras de forma mais atabalhoada, o Barreirense andou em cima do adversário os 56 minutos que durou este segundo tempo mas este era daqueles jogos ou que se ganha por goleada ou perde-se, o que, infelizmente, veio a suceder. Torna-se impossível narrar todos os lances junto da baliza do União Santiago mas merece destaque, pela negativa, o infortunado André Silva que só à sua conta falhou 4 golos feitos (54´, 64´, 87´e 90´+8´), mas não foi o único já que outros colegas seus, por isto ou por aquilo, estiveram perto de serem felizes, como foram os casos de Rossano (75´), Valdo (78´) e Valter (84´).
O União Santiago ia fazendo o seu jogo, queimando muito tempo, com lesões de jogadores e eternas substituições mas isso não serve de desculpa para a má exibição que os alvi-rubros fizeram este domingo, não sabendo ter a tranquilidade necessária para aproveitar as fragilidades do adversário, sem dúvida a equipa mais fraca que vimos neste campeonato e que terá algumas dificuldades para se manter neste escalão.
Quanto à arbitragem, simplesmente impecável. Soube não enveredar pelos cartões mesmo quando se podiam justificar a sua amostragem, analisou bem um golo anulado a Varela por fora-de-jogo e justificou os 11 minutos de desconto que deu, após o anti-jogo da equipa da casa na 2ªparte. De negativo, apenas, o facto do auxiliar do lado da bancada central estar a avisar o seu chefe de fila para que o jogo acabasse...
Ficha do jogo:
Campo: Municipal Miróbriga, em Santiado do Cacém
Piso: Relvado natural (muito pesado)
Árbitro: Sérgio Lobo
Árbitros auxiliares: Tiago Pereira e Petroviek Luz
Tempo: Ameno
União Santiago: Pinóias; Sampaio, Marco, Daniel Silva, Miguel, Vitor Reis, Filipe Reis (João Romão aos 63´), Generoso, Eder (Pagarim aos 82´), Romão (c) (Jorge aos 90´) e Edson
Não jogaram: Joel, Daniel e Flávio
Treinador: Fernando Lopes
Treinador-Adjunto: Paulo Vaz
Cartões Amarelos: João Romão (69´), Miguel (75´) e Pinóias (90´+5´)
Golo: Romão (29´)
Barreirense: José Carlos; André Cansado, Valter, Sampaio (Valdo ao int.) e Miguel Gomes; David Martins, João Nuno e Cláudio (Varela aos 61´); Amadu (Rossano ao int.), André Silva e Vasco Campos
Não jogaram: Diogo Chaleira, Gilberto, Fábio Massajo e Jorge Palma
Treinador: Duke
Treinador-Adjunto: João Renato
Cartões Amarelos: Miguel Gomes (73´) e André Cansado (90´+6´)
Golos: -
Ao intervalo: 1-0
No final: 1-0
Ler mais...